Brasil: Movimentos sociais buscam apoio contra assédio jurídico da mineradora Belo Sun
Propaganda corporativa da Belo Sun em um muro de casa na Vila da Ressaca (© RdR/ Klaus Schenck)
15 de jan. de 2024
Movimentos sociais e entidades buscam assinaturas para carta de repúdio a tentativa da mineradora Belo Sun de amedrontar defensores de direitos humanos no Brasil. Em queixa-crime, a empresa canadense acusou mais de 30 pessoas e entidades de tomarem propriedade de forma ilegal, em franca tentativa de silenciamento e acosso jurídico.
Desde novembro de 2023, dezenas de movimentos e organizações têm denunciado publicamente as tentativas da mineradora canadense Belo Sun de criminalizar e acuar, via queixa-crime, agricultores, lideranças, movimentos sociais, entidades e pesquisadores que defendem a Volta Grande do Xingu, no Pará, onde a empresa pretende instalar a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil.
A queixa-crime é uma peça processual utilizada pelo suposto ofendido para dar início a uma ação penal privada - nas ações públicas, quem inicia a ação penal é o Ministério Público. Neste caso, a Belo Sun vem adotando uma estratégia de assédio judicial para coibir a movimentação de pessoas, entidades e movimentos sociais que lutam pela defesa de direitos socioambientais.
"Trata-se de uma tentativa de silenciamento de famílias e lideranças que estão na linha de frente da luta pela reforma agrária, e de intimidação das redes nacionais e internacionais que monitoram e denunciam a destruição provocada por grandes empreendimentos e empresas na Volta Grande do Xingu. O efeito de amedrontamento nos agricultores e agricultoras se intensificou com a presença da segurança armada da empresa, fato que também será objeto de denúncia junto às instâncias devidas", diz carta aberta de repúdio à criminalização promovida pela Belo Sun lançada em 15 de novembro.
A carta foi assinada por 26 movimentos e organizações sociais membros da Aliança Volta Grande do Xingu (AVGX), entre eles nossos parceiros do Movimento Xingu Vivo.
Agora, a AVGX empreende uma campanha de coleta de assinaturas, dentro e fora do Brasil, em apoio à carta aberta e demonstração de solidariedade internacional às pessoas ameaçadas pela mineradora canadense.
A Salve a Floresta já assinou a carta e agora procura ampliar seu alcance divulgando o link para as assinaturas e o texto explicativo em oito idiomas.
A carta pode receber assinaturas de indivíduos, entidades e movimentos sociais até 20 de janeiro 2024.
Assine aqui: https://forms.gle/tzUzR47v72jsdEPN8
