Por favor, ajudem os ambientalistas nos Camarões!

Arranque da floresta para o estabelecimento de uma plantação de jovens dendezeiros A empresa de óleo de palma não vai parar a nossa luta pela natureza, declara o ambientalista Nasako Besingi (© Greenpeace / Alex Yallop)
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“A empresa de óleo de palma não vai parar a nossa luta pela natureza, mesmo se ela nos ameace e processe”, escreve Nasako Besingi dos Camarões. O ambientalista estará em tribunal em Março. A acusação: ele quer proteger a floresta tropical das plantações da empresa americana Herakles Farms. Por favor protestem contra a Herakles

Apelo

Para: Patrick Jones, gerente da Herakles Farms

“A empresa de óleo de palma Herakles Farms deve acabar com o desmatamento da floresta tropical dos Camarões e retirar as queixas contra ambientalistas”

Abrir a petição

O ambientalista Nasako Besingi e a sua organização SEFE (Struggle to Economize Future Environment) lutam pelos direitos dos habitantes e pela proteção das florestas tropicais no Sudoeste dos Camarões. O trabalho deles é apoiado por grupos locais como a Nature Cameroon assim como organizações de todo o mundo. Desde há três anos, investidores dos EUA têm tentado arrancar a floresta para plantações de dendezeiros.

Até agora os protestos dos habitantes e defensores do meio ambiente têm conseguido impedir, em grande parte, o projeto da empresa de produção de óleo de palma Herakles Farms. A empresa nova-iorquina pôde desmatar somente uns poucos hectares de floresta e teve que reduzir os seus planos: em vez dos 70 mil hectares requeridos, o governo autorizou “apenas” 20 mil hectares para o estabelecimento das plantações.

Em conjunto com os habitantes, Nasako luta por cada árvore. E há pouco as ameaças e ações judiciais começaram. Sob o impulso da empresa de óleo de palma, a organização Nature Cameroon foi cerrada em Novembro de 2013.

No final de Dezembro de 2013 Nasako foi intimado a pedido da Herakles Farms, porque deve ter divulgado “informações erradas através da Internet”. A denúncia baseia-se em um e-mail de Nasako de Agosto de 2012 na qual ele relata como foi agredido por quadros superiores da empresa. A Herakles qualifica estes homens de “prestadores de serviços locais”.

Nasako e quatro dos seus colegas também estão acusados de ter organizado “uma reunião pública não anunciada” e de ter distribuído camisetas anti-Herakles entre os moradores. No dia 13 de Março de 2014 o processo contra Nasako deve começar. Ele poderia ser condenado a até seis meses de prisão e uma multa de até 3 mil euros ou seja 10 mil reais.

Por favor, assinem a petição internacional à Herakles Farms.

Mais informações

No dia 25 de Janeiro de 2014, 18 organizações ambientalistas – entre elas Salve a Floresta – dirigiram-se ao responsável relator especial da ONU Oliver de Schutter com uma carta, na qual lhe pedem que investigue o caso da Herakles Farms nos Camarões e que intervenha.

Mais informações sobre o projeto de óleo de palma:
Página web Stop Herakles da organização Save Wildlife

Informações sobre Nasako Besingi e a organização dele SEFE (em inglês):
http://www.afrocubaweb.com/abakwa/nasako-besingi.html

Carta

Para: Patrick Jones, gerente da Herakles Farms

Prezado senhor Jones,

eu peço que o senhor e a sua empresa Herakles Farms respeitem o trabalho de organizações ambientalistas e de direitos humanos assim como os direitos básicos deles à liberdade de expressão, informação e reunião.
Retire sem demora todas as queixas contra o defensor do meio ambiente Nasako Besingi e as organizações ambientalistas SEFE e Nature Cameroon. Acabe imediatamente com qualquer forma de intimidação e o encerramento de organizações ambientalistas e de direitos humanos nos Camarões. Estas defendem pacificamente a proteção das florestas tropicais e os direitos dos habitantes nas áreas nas quais a Herakles Farms está ativa. Termine o projeto de óleo de palma na floresta tropical dos Camarões.

Com os melhores cumprimentos,

Tema

A situação – florestas tropicais nos tanques e nos pratos

Com 66 milhões de toneladas por ano, o óleo de palma é o óleo vegetal mais produzido no mundo. Nos últimos anos, as plantações de óleo de palma já se estenderam, mundialmente, a mais de 27 milhões de hectares de terras. Florestas tropicais, pessoas e animais já tiveram de recuar uma área do tamanho da Nova Zelândia para dar lugar ao “deserto verde”.

 O baixo preço no mercado mundial e as qualidades de processamento estimadas pela indústria levaram a que um em cada dois produtos no supermercado contenha óleo de palma. Além de ser encontrado em pizzas prontas, bolachas e margarina, o óleo de palma também está em cremes hidratantes, sabonetes, maquiagem, velas e detergentes.

O que poucas pessoas sabem: na União Europeia 61% do óleo de palma importado é usado para produzir energia: 51% (4,3 milhões de toneladas) para a produção do biodiesel, bem como 10% (o,8 milhões de toneladas) em usinas para a produção de energia e calor.

A Alemanha importa 1,4 milhões de toneladas de óleo de palma e óleo de semente de palma: 44% das importações de óleo de palma (618.749 t) foram utilizados para fins de produção de energia, dos quais 445.319 t (72%) foram utilizados para a produção de biocombustível, ao passo que 173.430 t (28%) foram usados para produzir energia e calor.

Com isso, a equivocada política de energia renovável da Alemanha e da UE é uma importante causa para a derrubada de florestas tropicais. A mistura de biocombustível na gasolina e no óleo diesel é obrigatória desde 2009, por determinação de diretiva da União Européia.

Ambientalistas, ativistas de direitos humanos, cientistas e e até mesmo a maior parte dos parlamentares europeus reivindicam, reiteradamente, a exclusão do óleo de palma do combustível e das usinas a partir de 2021. Em vão. Em 14 de junho de 2018, os membros da UE decidiram continuar permitindo o uso do óleo de palma tropical como “bioenergia” até o ano de 2030.

As alternativas: Por favor, leia as informações sobre a composição dos ingredientes na embalagem, deixando na prateleira os produtos que contém óleo de palma. Já na hora de abastecer, não há outra opção: a única solução é a bicicleta ou os meios de transporte públicos

As consequências: perda de matas, extinção de expécies, expulsão de nativos e aquecimento global

Nas regiões tropicais ao redor do Equador, o dendezeiro (elaeis guineensis) encontra condições ideais para o seu cultivo. No Sudeste Asiático, na América Latina e na África, vastas áreas de floresta tropical são desmatadas e queimadas todos os dias a fim de gerar espaço para as plantações. Desta forma, quantidades enormes de gases com efeito-estufa são emitidas na atmosfera. Em partes do ano de 2015, a Indonésia – a maior produtora de óleo de palma – emitiu mais gases climáticos do que os EUA. Emissões de CO² e metano levam a que o biodiesel produzido a partir de óleo de palma seja três vezes mais nocivo para o clima do que o combustível tirado do petróleo.

Mas nem só o clima global está sofrendo: juntamente com as árvores, também desaparecem raras espécies animais como o orangotango, o elefante-pigmeu-de-bornéu e o tigre-de-sumatra. Muitas vezes, pequenos agricultores e indígenas que habitam e protegem a floresta são deslocados da terra deles de forma violenta. Na Indonésia, mais que 700 conflitos de terra estão relacionados com a indústria de óleo de palma. Até nas plantações declaradas como “sustentáveis” ou “ecológicas”, sempre violam-se, reiteradamente, direitos humanos.

Nós, consumidores, não sabemos muito disto. Porém, o nosso consumo diário de óleo de palma também tem efeitos negativos para a nossa saúde: o óleo de palma refinado contém grandes quantidades de ésteres de ácidos graxos, que podem interferir no patrimônio hereditário e causar câncer.

A solução – revolução dos tanques e dos pratos

Hoje em dia, somente 70 mil orangotangos vivem nas florestas do Sudeste Asiático. A política do biodiesel na UE leva os antropóides à beira da extinção: cada nova plantação de dendezeiros destrói um pedaço do espaço vital deles. Para ajudar os nossos parentes, temos que aumentar a pressão sobre a política. Mas no seu dia a dia existem várias opções para agir!

Estas dicas simples ajudam a encontrar, evitar e combater o óleo de palma:

  1. Cozinhe e decida por si mesmo ingredientes frescos, misturados com um pouco de criatividade, fazem empalidecer qualquer refeição pronta (que contenha óleo de palma). Para substituir o óleo de palma industrial, podem-se utilizar óleos europeus como óleo de girassol, colza ou azeite ou, no Brasil, óleo de côco, de milho (não transgênico!) ou – se você conhece a origem – óleo de dendê artesanal.

  2. Ler as letras pequenas: na União Europeia, as embalagens de alimentos têm que indicar desde Dezembro de 2014 se o produto contém óleo de palma.1 Em produtos cosméticos e de limpeza esconde-se um grande número de termos químicos.2 Com um pouco de pesquisa na Internet, podem-se encontrar alternativas sem óleo de palma.

  3. O consumidor é o rei: Quais produtos sem óleo de palma são oferecidos? Por que não se utilizam óleos domésticos? Perguntas ao pessoal de vendas e cartas ao produtores exercem pressão sobre as empresas. Esta pressão e a sensibilização crescente da opinião pública já fizeram com que alguns produtores renunciassem o uso de óleo de palma nos próprios produtos.

  4. Petições e perguntas a políticos: protestos on-line exercem pressão sobre os políticos responsáveis por importações de óleo de palma. Você já assinou as petições da Salve a Floresta?

  5. Levante a sua voz: manifestações e ações criativas na rua tornam o protesto visível para a população e a mídia. Assim, a pressão sobre decisores políticos ainda cresce.

  6. Transporte público em vez de carro: se possível, ande a pé, de bicicleta ou use o transporte público.

  7. Passe os seus conhecimentos: a indústria e a política querem fazer-nos crer que o biodiesel seja compatível com o ambiente e que plantações de dendezeiros industriais possam ser sustentáveis. Salveaselva.org informa sobre as consequências do cultivo de dendezeiros.

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