Salvem os elefantes da Tanzânia

Dois elefantes cara a cara na savana que se tocam mutuamente com as suas trombas Os elefantes da África fazem parte do nosso patrimônio mundial – eles precisam de proteção urgentemente. Foto: flickr/cetp (CC BY-NC 2.0) (© flickr.com cetp (CC BY-NC 2.0))
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Há dez anos, 75 mil elefantes ainda viviam na área protegida de Selous – a segunda maior população da África. Agora sobram somente 13 mil animais. Políticos hesitantes, grandes projetos e a extração dos recursos naturais ameaçam também as reservas naturais e o futuro do país. Por favor, assinem a nossa petição ao governo

Apelo

Para: Senhor H. E. Jakaya Kikwete, Presidente da Tanzânia; Departamento de comunicação do Presidente

“Protejam os elefantes, o Serengeti e as outras reservas naturais na Tanzânia”

Abrir a petição

Está em causa a sobrevivência dos elefantes da Tanzânia: cada ano caçadores furtivos atiram sobre milhares deles para o comércio de marfim, como confirma uma contagem recente. Quando o Presidente da Tanzânia assumiu as suas funções dez anos atrás, ainda existiam 75 mil exemplares dos animais pacíficos em Selous.

Até agora o governo do Presidente Kikwete não conseguiu tomar medidas adequadas e eficazes contra a caça furtiva dos elefantes. Além disso, está promovendo a colonização da terra e a extração de recursos naturais nas reservas naturais.

Os planos incluem a extração de urânio em Selous e nas áreas naturais adjacentes assim como a construção de uma via rápida pelo Parque Nacional Serengeti conhecido em todo o mundo. Esta estrada deve cortar os transportes de matérias-primas do centro do continente à costa, mas interromperia as caminhadas anuais de milhões de animais.

Na baía de Mwanbani no Oceano Índico um novo porto de exportação vai expulsar a natureza. O projeto ameaça o Parque Marinho Nacional de Coelocanth e os celacantos extremamente raros que vivem ali. Os peixes enormes podem ser considerados como fósseis vivos e quase não se têm transformado há 400 milhões de anos.

No Lago Natron, o local principal de reprodução dos flamingos-pequenos, está prevista a construção de uma usina de soda. 2,5 milhões de aves formam ali a maior colônia dessa espécie em todo o mundo.

Por favor, assinem a petição de Save the Serengeti e Salve a Floresta ao Presidente da Tanzânia – exijam connosco a interrupção dos projetos planejados assim como a proteção eficaz dos animais selvagens. Os tesouros naturais não só pertencem aos habitantes do país, mas sim a toda a humanidade.

Mais informações

Ações anteriores sobre a matéria:

UNESCO sacrifica reserva natural para mina de urânio
https://www.salveafloresta.org/acoes/883/unesco-sacrifica-reserva-natural-para-mina-de-uranio

Peixe pré-histórico em perigo
https://www.salveafloresta.org/acoes/861/peixe-pre-historico-em-perigo

Página web da Serengeti Watch: http://www.savetheserengeti.org

Carta

Para: Senhor H. E. Jakaya Kikwete, Presidente da Tanzânia; Departamento de comunicação do Presidente

Excelentíssimo Senhor Presidente,

por favor aproveite a oportunidade para proteger a natureza e a fauna no seu país de forma eficaz e impeça os projetos destrutivos.

Nós pedimos-lhe:
- Ponha fim à maciça caça furtiva de elefantes através do seu esforço determinado. Fica pouco tempo para os animais.
- Proteja o ecossistema do Serengeti de modo durável. Proíba qualquer evolução que impeça a grande caminhada dos animais. Proíba qualquer tipo de trânsito rodoviário comercial.
- Proteja o Lago Natron constantemente, parando os planos de extração de bicarbonato de sódio. É o local de reprodução dos flamingos-pequenos da África Oriental.
- Colabore com ambientalistas para proteger a reserva de Selous da extração de urânio e de uma barragem no rio Rufiji, uma fonte de água vital para esta área importante.
- Garanta que zonas marinhas protegidas como o Parque Marinha Nacional de Coelocanth não sejam destruídas por novos portos marítimos.
- Promova a discussão aberta e apóia decididamente o direito ao protesto público em questões da conservação da natureza e do desenvolvimento do país.

Não sacrifique a proteção da natureza pelas suas decisões quanto ao desenvolvimento do país – harmonize os dois objetivos.

Nós pedimos-lhe que atue correspondentemente. Altere o rumo atual do seu governo para que os animais sobrevivam e os homens na Tanzânia e em todo o mundo não percam para sempre o patrimônio natural insubstituível do país.

Com os melhores cumprimentos,

Tema

O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?

 

Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.

Globalmente, até hoje já foram descritas duas milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.

A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual é danoso para o clima.

A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.

A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.

Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:

https://www.ufrgs.br/jornal/conexoes-entre-desequilibrios-ambientais-e-o-surgimento-de-doencas-infecciosas-na-amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-elo-entre-desmatamento-e-epidemias-investigado-pela-ci%C3%AAncia/a-53135352

Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática

 

O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.

Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.

As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.

A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se for a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.

Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.

A solução: menos é mais!

 

Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para o mudar da coisa.

Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:

  1. Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
  2. Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
  3. Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
  4. Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
  5. Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.

Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas

 

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