Por favor assinem: salvar 26 mil pinguins-de-humboldt!

Aves raras: os pinguins-de-humboldt Aves raras: os pinguins-de-humboldt vivem na costa do Chile e do Peru (© CC BY 2.0)
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O Chile quer construir dois portos industriais no habitat dos pinguins-de-humboldt e ameaça assim a sobrevivência de 13 mil casais reprodutores da espécie ameaçada. As autoridades já aprovaram o primeiro porto para o carregamento de minério de ferro. Por favor, ajudem os ambientalistas locais com a sua assinatura a impedir a construção.

Apelo

Para: a presidente da república do Chile Michelle Bachelet, o ministro do meio ambiente Pablo Badenier

“A construção de dois portos ameaça o habitat de 13 mil casais reprodutores dos raros pinguins-de-humboldt. Por favor, impeçam esta destruição.”

Abrir a petição

O oceano Pacífico ao redor da ilha Chañaral é um dos hotspots de biodiversidade. Oito espécies de baleias e golfinhos procuram alimentos nas águas frias da corrente de Humboldt. O golfinho-roaz cria os seus filhotes ali. Milhares de pinguins mergulham nas áreas marítimas protegidas procurando anchovas.

Os pinguins-de-humboldt aparecem na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) como “vulneráveis“. A Reserva Nacional Pinguim-de-humboldt alberga cerca de 80 por cento da população livre do mundo. A construção dos portos poderia ameaçar a sobrevivência da espécie. Outros animais marítimos seriam perturbados pelo transporte marítimo e pela poluição aquática. As populações ribeirinhas perderiam rendas oriundas da pesca e do turismo.

Pinguins-de-humboldt considerados como ameaçados

O primeiro porto Totoralillo Norte da Companhia Mineira do Pacífico em Cruz Grande já foi aprovado, embora até as autoridades para a pesca e as áreas protegidas tenham expressado as suas preocupações sérias. Pescadores de Caleta Hornos e a iniciativa de cidadania local estão intentando uma ação judicial contra o processo de autorização.

Para o segundo porto, que pertence ao projeto Dominga da empresa mineira Andes Iron, o processo de autorização entrou na fase final decisiva. Defensores do meio ambiente temem que, de novo, as consequências para o ecossistema frágil e os pinguins não sejam consideradas.

A luta contra três centrais elétricas a carvão na região Coquimbo em 2010 mostra que a resistência pode ter um grande impacto. A Salve a Floresta recolheu mais de 18 mil assinaturas. Depois do protesto de ativistas locais os planos foram retirados.

Agora os habitantes da região lutam novamente pela natureza, pelos mares e os pinguins-de-humboldt. Por favor, ajudem com a sua assinatura.

Mais informações

Ambientalistas do Chile e da Europa escreveram juntamente esta declaração:

Declaração La Higuera – Ilha Chañaral

La Serena, 25 de Janeiro de 2016

Preocupados com a biodiversidade na região costeira La Higuera/Ilha Chañaral e com o bem-estar dos habitantes desta região, a associação Sphenisco, organizações ambientalistas e amigos do meio ambiente de todo o mundo dirigem-se aos responsáveis no Chile assim como ao público internacional e chileno. A razão para a preocupação é a auditoria do projeto Dominga da empresa Andes Iron pelo SEA (“Servicio de Evaluación Ambiental“, autoridade para a auditoria ambiental) na região Coquimbo.

Entre Agosto de 2012 e Janeiro de 2015 este mesmo SEA examinou de forma incorreta e autorizou o pedido da empresa CMP (“Compañía Minera del Pacífico S.A.“) para construir um porto na região La Higuera/Ilha Chañaral também. Atualmente foram apresentadas várias queixas contra esta decisão. O porto deve ser construído numa região marítima que alberga inúmeras espécies animais ameaçadas. Oito espécies de baleias e nove espécies de golfinhos regularmente visitam esta zona durante as suas migrações e utilizam-na para o consumo de alimentos. 70 golfinhos-roazes-corvineiros (Tursiops truncatus) residem aqui permanentemente. Este grupo é a única colônia da espécie em todo o Chile que reside no lugar durante o ano inteiro.

Aqui também ficam dois zonas marítimas protegidas (a Reserva Marítima Ilhas Choros e Damas e a Reserva Marítima Ilha Chañaral) e a Reserva Nacional Pinguins-de-Humboldt. Em conjunto, estas zonas protegidas formam a primeira zona protegida para pinguins-de-humboldt do mundo. A área alberga 13 mil casais reprodutores, o equivalente a 80 por cento de toda a população livre do pinguim-de-humboldt (spheniscus humboldti) ameaçado de extinção.

Embora a região marítima La Higuera/Ilha Chañaral no norte do Chile represente um dos 35 hotspots de biodiversidade mais importantes do mundo, a empresa CMP não teve que expor no processo da auditoria a posição dela relativamente às condições reais. Assim, a empresa pôde ignorar que a área litorânea entre Caleta Hornos e a ilha Chañaral é um ecossistema unitário. Também não teve que apresentar o ponto de vista dela quanto aos impactos nas zonas protegidas estatais, situadas a 14 milhas marítimas, e as áreas protegidas situadas a 15 milhas para a extração de frutos do mar.

As responsáveis autoridades estatais tinham apontado para estas ligações desde o início e tinham pedido que a empresa expunha a sua posição quanto às consequências, como por exemplo o transporte marítimo pelas áreas principais de alimentação de espécies ameaçadas ou as emissões prejudiciais que seriam transportadas para as zonas protegidas por meio da corrente. Estas exigências não foram cumpridas no processo de auditoria e, mesmo assim, o projeto foi autorizado. Não se impôs nenhuma obrigação, como a Sernapesca (a autoridade regional para a pesca) e a Subpesca (o ministério das pescas) tinham exigido, por exemplo regras para o transporte marítimo ou medidas de controle para a prevenção de espécies invasivas.

Somente o secretário regional da agricultura viu o projeto no contexto real e, consequentemente, rejeitou-o. (…)

Receia-se que ao longo do processo atual de auditoria do projeto Dominga (empresa Andes Iron) também não seja realizado um exame minucioso e correto das consequências e que a região marítima de La Higuera/Ilha Charañal seja prejudicada irreversivelmente. Não deve ser omisso novamente que

  1. o previsto porto Totoralillo Norte fica na proximidade imediata das áreas principais de alimentação de espécies ameaçadas como o pinguim-de-humboldt (spheniscus humboldti), o cachalote (Physeter macrocephalus) e o petrel-mergulhador (pelecanoides garnotii) e que o transporte marítimo previsto percorria estas áreas de alimentação.

  2. o barulho e as vibrações do transporte marítimo previsto, numa área sem nenhum navio grande presente nos últimos 50 anos, também pode ter um impacto negativo nas zonas de reprodução de espécies ameaçadas e assim pode ameaçar a reprodução delas.

  3. a corrente de Humboldt flui do Sul para o Norte – e assim para as zonas protegidas – e não do Norte para o Sul, como a empresa alega. Por isso, os impactos das emissões esperadas também têm que ser consideradas na avaliação, sobretudo os óleos e os combustíveis dos navios, minérios de ferro que caem dos navios e contaminam a água, a descarga da salmoura concentrada oriunda de uma unidade de dessalinização no mar assim como as consequências de eventuais acidentes marítimos. Estas emissões prejudicam a qualidade da água e põem as áreas protegidas em risco.

  4. durante a aspiração da água, a unidade de dessalinização prevista destrói muitos organismos que representam a base da produtividade desta zona marítima.

  5. a ameaça para a produtividade desta zona marítima também põe as rendas da cidadania em risco. Esta produtividade possibilita que os habitantes geram rendas importantes através da pesca, da safra de frutos do mar e do turismo.

Se a SEA agir novamente segundo o lema “a empresa Andes Iron constrói um porto, mas não tem nada a ver com o transporte marítimo e as emissões disseminadas pela corrente”, infringe as suas obrigações e permite que interesses privados possam dominar o bem comum. Isto faria com que a biodiversidade da região marítima de La Higuera/Ilha Chañaral seja prejudicada irreversivelmente, as rendas dos habitantes sejam ameaçadas e que o Chile desrespeite as suas obrigações internacionais.

Nós pedimos aos políticos responsáveis que avaliem o projeto Dominga da empresa Andes Iron em conformidade com as condições reais e que seja verificado se existem irregularidades no processo de autorização do porto Cruz Grande da empresa CMP.

Carta

Para: a presidente da república do Chile Michelle Bachelet, o ministro do meio ambiente Pablo Badenier

Excelentíssima Presidente Michelle Bachelet,
excelentíssimo Ministro Pablo Badenier,
Senhoras e Senhores,

na costa do Pacífico no Norte do vosso país ainda vivem 13 mil casais reprodutores do pinguim-de-humboldt. A Reserva Nacional pinguim-de-humboldt alberga cerca de 80 por cento de toda a população livre desta espécie, que aparece na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza como “vulnerável“.

Mesmo assim, dois portos industriais devem ser construídos nesta região.

Assim, os golfinhos e as baleias também perderiam as zonas onde andam à caça. Outros animais marítimos também seriam perturbados pelo transporte marítimo e a poluição aquática. As populações ribeirinhas perderiam rendas oriundas da pesca, da safra de frutos do mar e do turismo.

Ainda que as autoridades para a pesca e para as zonas de proteção tenham expressado graves preocupações e tenham apontado para as consequências para o ecossistema marítimo, um porto já foi autorizado em Chungungo. Para o porto do projeto Dominga o processo de autorização está na fase final decisiva.

Ambientalistas temem que, de novo, as consequências para o ecossistema não sejam tomadas em consideração. Por isso, associamo-nos à declaração La Higuera/Ilha Chañaral do 25 de Janeiro de 2016.

Por favor, estejam conscientes da vossa responsabilidade pela sobrevivência dos pinguins-de-humboldt e protejam o habitat deles na costa do Chile.

Com os meus sinceros agradecimentos

Anexo
A declaração La Higuera – Ilha Chañaral

Tema

O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?

 

Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.

Globalmente, até hoje já foram descritas duas milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.

A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual é danoso para o clima.

A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.

A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.

Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:

https://www.ufrgs.br/jornal/conexoes-entre-desequilibrios-ambientais-e-o-surgimento-de-doencas-infecciosas-na-amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-elo-entre-desmatamento-e-epidemias-investigado-pela-ci%C3%AAncia/a-53135352

Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática

 

O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.

Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.

As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.

A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se for a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.

Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.

A solução: menos é mais!

 

Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para o mudar da coisa.

Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:

  1. Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
  2. Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
  3. Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
  4. Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
  5. Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.

Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas

 

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