Perguntas e respostas sobre óleo de palma

Floresta tropical desmatada em frente de floresta intacta © flickr/RAN

Quase cada um de nós tem a ver com o óleo de palma, uma matéria-prima barata e muito procurada e componente de quase todos os produtos: encontra-se na comida desde a pizza congelada até a barra de chocolate, nos detergentes, na cosmética, no tanque de Diesel e na usina térmica. Aqui você pode ler o que ainda não sabia sobre o óleo de palma.

Desde a floresta tropical até a monocultura de dendezeiros

O dendezeiro (Elaeis guineenses), que pode chegar uns 30 metros de altura, é originário da floresta úmida da África. Hoje em dia, os dendezeiros crescem nas plantações industriais da ordem de uns 15 milhões de hectares ao redor do equador. Para dar-se bem os dendezeiros precisam de um clima de floresta tropical, isto é uma umidade do ar e temperaturas permanentemente altas assim como brilho solar em cheio. Por isso, corta-se a vegetação original para as plantações. Contra parasitas e “ervas daninhas” largas quantidades de pesticidas e herbicidas são espalhadas nas monoculturas. O óleo é desprendido dos dendês por prensagem sob calor e grande pressão. O óleo de palma é extraído das frutas de cor-de-laranja, o óleo de palmiste da amêndoa do fruto. Os dendezeiros produzem na média umas 3,5 toneladas de óleo bruto por ano e hectare.

Para o óleo de palma a selva é desflorestada

A Indonésia e a Malásia fornecem juntos 85 por cento da produção mundial de óleo de palma. Somente na Indonésia os dendezeiros crescem numa área de 9 milhões de hectares. Contudo, grandes quantidades provenientes da Colômbia, da Papua-Nova Guiné e da Costa do Marfim também são importadas para a Alemanha. Nas florestas tropicais os governos conferem grandes concessões às companhias. Além disso, as indústrias de madeira e dendezeiros são apertadamente entrelaçadas. Com o corte e a venda de madeiras de lei são financiadas as despesas de investimento para as plantações. A vegetação restante da selva é simplesmente queimada.

As plantações de dendezeiros são o inimigo da biodiversidade

Por causa do desflorestamento e da transformação da mata virgem em monoculturas industriais, os espaços vitais com maior biodiversidade são destruídos. Juntamente com as florestas tropicais morrem cada ano mais de 50000 de espécies de animais e plantas. Os orangotangos, elefantes e tigres de Sumatra incluem nas espécies seriamente em vias de extinção. Mas também as pessoas que moram ali estão perdendo sua base de vida. Os autóctones e agricultores são expulsos de sua terra; seus solos, rios e lagos são intoxicados através das herbicidas e dos desperdícios das fábricas de óleo de palma.

O óleo de palma dá um grande lucro às companhias

O óleo de palma é de longe o óleo vegetal mais barato no mercado global e é negociado em grandes quantidades a nível internacional. A produção mundial do ano 2010 ascende a 53 milhões de toneladas.

Por causa de suas características químicas, o óleo é vastamente utilizável nas indústrias química e alimentar. Tem um alto ponto de fusão, por isso sua consistência é macia e presta para muitos produtos.

Óleo de palma no supermercado

O óleo de palma está metido em milhares de artigos no supermercado. Contudo, somente poucos produtores – quase sempre do setor biológico – assinalam na embalagem o óleo e a gordura de dendê que o produto contem. A maioria das empresas tentam encobrir isso e escrevem “óleos e gorduras vegetais”. Produtos típicos que contêm óleo de dendê são:

Alimentação: margarina, pizza congelada, todas as comidas preparadas, sorvete, biscoitos, crema e barras de chocolate, barrinhas de cereais, batatas fritas. Até em iogurtes a gordura do leite é às vezes substituída por óleo de dendê. A indústria alimentar é o maior consumidor de óleo de palma.

Produtos químicos: detergentes de roupa, sabonete, produtos de limpeza, velas, produtos cosméticos (cremas, batons).

Óleo de palma da tomada

350000 toneladas, ou seja mais de um quarto da quantia de óleo de palma importada pela Alemanha que importa em cerca de 1,2 milhões de toneladas (número atual de 2009), são queimadas nas assim chamadas usinas térmicas de bloco para a geração de energia e aquecimento. O governo federal da Alemanha fomenta isso com até 19 cêntimos por quilowatt-hora através da nova lei de energia renovável. A combustão de óleo de palma é financiada por um repartimento que cada consumidor de energia tem que pagar em sua conta mensal, porém com exceção dos 500 maiores consumidores industriais  de energia.

Óleo de palma no tanque

Na Alemanha e na UE a obrigação legal de acrescentamento do assim chamado biodiesel puro ao diesel fóssil ascende a 6,25 por cento (2010). Amostras aleatórias de Greenpeace em postos de gasolina alemães confirmam que o óleo de palma é utilizado em alto grau para o biodiesel puro.

Óleo de palma como aquecedor do clima

O óleo de palma adianta severamente o aquecimento global. Ao cortar as florestas tropicais e drenar as áreas de charcos de turfa, saem largas quantidades de carbono. Por causa do desflorestamento da selva, a Indonésia é mundialmente o terceiro maior aquecedor do clima (após os EUA e China). Para a cultivação de óleo de dendê largas quantidades de energia fóssil são despendidas para o cultivo do solo, fertilizantes, pesticidas, colheita, transporte e tratamento. Dos restantes da produção sai metano que é um gás de efeito estufa muito forte. Portanto, a energia desprendida do óleo de palma nunca pode ser neutral perante o clima.

Óleo de palma causa doença

O óleo de palma consta pela metade de ácidos graxos saturados que podem causar altos teores de colesterol e doenças do coração e que estão famigerados por fazer engordar. Além disso, o óleo de palma contêm certas ligações de ácidos graxos com a substância 3-MCPD ou Glicidol que são classificadas por grêmios internacionais em serem carcinogênicos. Estas ligações de ácidos graxos surgem na refinação de óleos e gorduras vegetais.

Até agora, os teores mais altos foram encontrados no óleo de palma refinado. As ligações de ácidos graxos com Glicidol podem ser dissociadas na digestão e assim deixar sair o Glicidol.

Há muito tempo, gorduras vegetais refinados têm sido utilizadas na indústria alimentar para o teor de gordura dos produtos. Também cremas de noz e nugá contêm quase sempre muito óleo de palma. Por causa do fato de o prejuízo à saúde depender da quantidade ingerida e do peso do corpo, as crianças estão particularmente em perigo.

Óleo de palma “orgânico” não é melhor

O setor orgânico aposta também em óleo de palma. Nas empresas fornecedores dos produtores, sobretudo no grupo Daboon da Colômbia, Salve a Floresta averiguou graves acidentes, desflorestamentos e casos de expulso de pequenos lavradores de sua terra. Ali também as monoculturas estendem-se em milhares de hectares. Ao ver de Salve a Floresta, aquelas não merecem de jeito nenhum um certificado “ôrganico” por praticar agricultura “ecológica”.

A certificação de óleo de palma é uma treta

Os grandes produtores e consumidores de óleo de dendê fundaram juntamente com o WWF a Mesa Redonda para Óleo de Dendê Sustentável (RSPO). A meta é proporcionar uma nova aceitação do óleo de palma, que tem caído em descrédito, através de uma certificação assim como planejar cada vez mais plantações de óleo de palma. RSPO nem exclui o desflorestamento da selva e aspetos sociais assim como a defesa do clima não são tomados em consideração em lugar nenhum. 256 organizações de defesa do ambiente e de direitos humanos de todo o mundo desaprovam RSPO como uma treta através de rótulos.

O que você pode fazer

Repare na questão se os produtos que você compra contêm óleo de palma. Se na embalagem são indicadas somente “óleos vegetais”, dirija-se ao produtor.

Para evitar óleo de palma não compre comidas preparadas, mas sim utilize produtos locais da época. De resto, podemos apenas recomendar um trato moderado dos recursos.

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