Brasil: desmatamento para o papa

Vista aérea ao Parque Estadual Serra da Tiririca A Reserva Estadual da Serra da Tiririca vai desde as encostas até ao mar Foto: Arley Ramos

31 de jul. de 2013

A igreja católica no Brasil preparou-se para a visita do papa no Dia Mundial da Juventude e recorreu à motosserra. A diocese de São Sebastião de Itaipu deixou cortar 334 árvores da mata virgem no Parque Estadual da Serra da Tiririca para gerar espaço para uma missa com 800 peregrinos.

O vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, explicou que a igreja nem tinha pedido às autoridades responsáveis uma permissão para o desmatamento da zona perto do Rio de Janeiro.

O político declara este incidente como lamentável. “Um evento destinado à juventude deveria ter caráter educativo e, portanto, compromisso com o meio ambiente e com o futuro. É óbvio que a supressão contraria a legislação”, disse Grael ao jornal brasileiro O Globo.

André Ilha, o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, também confirma a ilegalidade do abate. “É uma área de amortecimento do Parque da Tiririca. A gente não autorizaria de jeito nenhum. É um fragmento de Mata Atlântica. Vamos autuá-los.

Já no início de Julho os organizadores da visita do papa no país sul-americano já tinham planejado de abater coqueiros na praia do Leme no Rio de Janeiro por causa de uma missa prevista. Somente os protestos do prefeito da cidade, Eduardo Paes, podiam salvar as árvores do desmatamento.

Em 3.500 hectares o Parque Estadual da Serra da Tiririca estende-se diretamente na costa perto de Niterói, a cidade vizinha do Rio ao outro lado da baía. A Mata Atlântica é o ecossistema mais ameaçado no Brasil. Apenas uns cinco por cento da área original ainda estão conservados.

Salve a Floresta exige que a igreja suspenda os abates imediatamente e que respeite a legislação. Sem demora, as áreas desarborizadas têm que ser reflorestadas com as espécies de árvores originais.

Mais informações no Globo e no Jornal GGN.

Website oficial da Reserva Estadual da Serra da Tiririca

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