Em Sumatra as florestas estão ardendo – a UE ainda deita óleo sobre o fogo

O céu noturno em cima da floresta tropical é iluminado de amarelo-vermelho pelos incêndios A floresta tropical está ardendo para plantações de dendezeiros

25 de jun. de 2013

Na ilha indonésia as florestas tropicais estão ardendo. Os grandes incendiários são as empresas de óleo de palma que precisam de espaço para as plantações. Homens, animais e plantas são dominados pelos fogos – mas precisamente na semana passada a Comissão Européia da Indústria decidiu aumentar a quota de biocombustível.

Singapura está fazendo soar o alarme. Há uns dias, o país vizinho da Indonésia tem vivido a pior poluição atmosférica que foi registrada na sua história. O índice aumentou para 321 – valores acima de 100 são considerados prejudiciais para a saúde.

Os causadores são sobretudo as empresas de produção de óleo de palma que estão gerando espaço para as vastas monoculturas. As imagens de satélite mostram mais de 100 centros de fogo. A queima de florestas é proibida na Indonésia, mas continua a ser a maneira mais rápida de destruir as florestas tropicais. E o óleo de palma é a substância mais barata que chega aos nossos tanques de Diesel como “biocombustível” - 1,9 milhões de toneladas em toda a Europa no ano passado.

Atualmente, várias comissões da UE estão negociando sobre a política de agrocombustíveis. Na semana passada, a Comissão Européia da Indústria reuniu-se e deitou óleo sobre o fogo. Entre outras coisas, decidiu-se que a quota de biocombustíveis a partir de alimentos não deve ser limitada, como estava previsto, a 5 por cento, mais sim vai aumentar para 6,5 por cento. A emissão de gases com efeito de estufa provocada por ILUC não será levada em conta nem investigada. ILUC significa alteração indireta do uso dos solos (Indirect Land Use Change) – isto é, a população deve desbravar novas terras porque nas terras originais crescem agora plantas para a produção de biocombustível em vez de alimentos.

A norte de Sumatra já houve uma grande tragédia no ano passado: na província de Aceh morreram cem orangotangos em queimadas de florestas para plantações de dendezeiros.

Por causa do smog perigoso, o governo de Singapura exigiu agora ao Ministro do Ambiente da Indonésia que tome medidas imediatas. Por isso, uma delegação viajou a Jakarta para assistir uma cimeira de crise. “A Indonésia tem que eliminar o problema na fonte urgente e definitivamente”, diz o Ministro do Ambiente de Singapura Vivian Balakrishnan. As empresas que põem fogo ilegalmente têm que ser castigadas severamente. “Nenhum país e nenhuma empresa têm o direito a poluir o ar às custas dos habitantes de Singapura.”

Contudo, representantes do governo indonésio estão tentando rejeitar a sua responsabilidade: investidores estrangeiros de óleo de palma seriam responsáveis por uma parte dos fogos, inclusive empresas com sede em Singapura.

Entre as maiores empresas de óleo de palma com sede principal em Singapura está, por exemplo, Wilmar International – famigerada pela violação de direitos humanos e ambientas.

Nós ainda podemos atuar: vai haver reuniões da Comissão Européia do Ambiente em 10 de Julho e do plenário do Parlamento em 10 de Setembro em termos da política de biocombustíveis.

Aqui podem assinar a nossa ação à União Européia!

Os biocombustíveis não só destroem as florestas tropicais e a base de vida de homens e animais, mas também agudizam a fome no mundo. Isto é conhecido há muito tempo, mas se confirmou mais uma vez em um estudo atual: teoricamente, até dez ou onze bilhões de pessoas poderiam ser alimentadas, opina Joel Cohen da Rockefeller University em Nova Iorque. A quantidade necessária de grãos já existia hoje, mas se comia só uma metade dessa. O resto era utilizado para a alimentação animal, biocombustíveis e lubrificantes.

Fonte (em alemão): http://www.spiegel.de/wissenschaft/natur/ernte-ertraege-steigen-zu-langsam-fuer-kuenftige-welternaehrung-a-906860.html

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