Nossa petição chega ao Ministro do Meio-Ambiente do Canadá

Ministro do Meio-Ambiente do Canadá, Steven Guilbeault (à direita), recebe nossa petição Ministro do Meio-Ambiente do Canadá, Steven Guilbeault (à direita), recebe nossa petição (© RdR/Mathias Rittgerott)

24 de dez. de 2022

Nossa petição sobre áreas de proteção ambiental vem chamando cada vez mais atenção. Paralelamente à grande COP-15 da Convenção de Biodiversidade da ONU, nós a entregamos pessoalmente ao Ministro do Meio-Ambiente do Canadá, Steven Guilbeault.

No velho porto de Montreal, representantes de povos originários de florestas montaram acampamento e ao longo de três dias, discutiram como eles podem contribuir para a preservação da natureza. Representantes de numerosos povos originários do Canadá, bem como da América Latina e da Austrália, falaram de seus modos de vida e seu entendimento da natureza, seus direitos e também das ameaças contra as quais eles se defendem.

No momento em que o Ministro do Meio-Ambiente do Canadá, Steven Guilbeault, lá apareceu sem prévio aviso e fez um curto pronunciamento, nós lhe entregamos, espontaneamente, a nossa petição com mais de 65.000 assinaturas. Dois dias antes, nós já a tínhamos entregue, no âmbito de uma conversa com a Secretária-Executiva da Convenção da ONU da Biodiversidade e Protetora-Ambiental-Mor da ONU, Elizabeth Maruma Mrema.

A petição adverte para a concepção que vê nas áreas de proteção ambiental um remédio universal contra o massivo desaparecimento de espécies animais e vegetais. No entanto, durante a COP-15, muitos estados propagaram a idéia de, até 2030, colocar 30% do planeta Terra sob proteção (“30 by 30”). A criação de novas áreas de proteção, nessa escala, pode levar, eventual e especialmente, ao deslocamento forçado de povos indígenas. No entanto, esses povos originários precisam é ter seus direitos fortalecidos, porquanto a cada momento fica mais evidente que eles é quem são os melhores protetores das florestas.

O ministro canadense Guilbeault, que antes de mudar para a política, era ativista ambiental, conseguiu acompanhar os nossos argumentos. Em virtude do perigo que a expansão desenfreada de áreas de proteção ambiental pode vir a representar para os povos originários, é preciso que a “a coisa seja feita da forma correta”.

As negociações na COP-15, contudo, correram de forma arrastada. Ambientalistas e protetores de direitos humanos receiam que os estados da ONU pretendem vender o slogan “30 by 30” e torná-lo popular, por conta dele ser fácil de memorizar, como é o caso da objetivo de 1,5 grau da Convenção de Paris sobre o Clima.

A Convenção seguiu até o dia 19 dezembro, embora uma prorrogação, em um dado momento, tenha parecido provável.

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