O animal da copa quer viver!

Um Tatu-bola-da-caatinga enrola-se, formando uma bola Quando acuado, o tatu-bola enrola-se dentro da carapaça, formando uma bola. © Fotolia (© belizar/Fotolia)
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O Tatu-bola-da-caatinga é o mascote da copa do mundo. O animal é extremamente ameaçado. O governo tem que atuar e proteger o seu habitat. Por favor, assinem a petição.

Apelo

Para: A Ministra do Meio Ambiente brasileira Izabella Teixeira

“O mascote da copa do mundo “fuleco” deve contribuir à proteção da espécie de tatus ameaçada. O governo brasileiro deve cumprir as suas promessas.”

Abrir a petição

O Tatu-bola-da-caatinga é capaz duma transformação que deixa bater o coração de cada adepto de futebol. Pode enrolar-se completamente dentro da carapaça, formando uma bola. Mas aqui a analogia já acaba: ao contrário do futebol, o animal não é omnipresente no Brasil mas sim ameaçado de extinção. Hoje em dia, a espécie somente existe em pequenas populações isoladas.

A terra natal dos animais são as savanas no Nordeste do Brasil, principalmente a Caatinga. Mas o seu habitat está desaparecendo, abrindo espaço para a extração de carvão, a criação de gado e a expansão das plantações de soja e cana-de-açúcar. Em acréscimo, a caça aperta com os tatus de forma muito grave.

O Tatu-bola também foi escolhido mascote da copa mundial no Brasil, porque tencionava-se chamar a atenção dos espectadores para a ameaça desta espécie e a proteção da natureza: o seu nome “fuleco” é uma combinação das palavras futebol e ecologia.

Depois de muita crítica, o governo brasileiro lançou um plano quinquenal que prevê áreas de proteção e um centro de investigação. Mas até agora somente dois por cento da verba prevista para isso foram libertados e nenhumas áreas de proteção foram criadas.

Agora cientistas brasileiros exigem da Ministra do Ambiente Teixeira que comece imediatamente com o estabelecimento de uma área de proteção para o mascote da copa.

“Se recolhemos suficientes assinaturas agora, podemos conseguir levar o governo brasileiro a resgatar o tatu-bola e marcar um gol para a proteção do ambiente”, escreve Felipe Melo da Universidade Federal de Pernambuco.

Por favor, apóiem a petição dos cientistas brasileiros para a proteção do Tatu-bola-da-caatinga à Ministro do Ambiente do país:

Mais informações

Apelo dos cientistas brasileiros: http://biotropica.org/gol-de-placa/

Estudo do Ministério do Meio Ambiente sobre a conservação da biodiversidade da Caatinga: www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/Sumario_Caatinga.pdf

Carta

Para: A Ministra do Meio Ambiente brasileira Izabella Teixeira

Prezada Senhora Ministra do Meio Ambiente Teixeira,

com o Tatu-bola-da-caatinga como mascote, o Brasil está fazendo propaganda à copa do mundo e à proteção desta espécie ameaçada. Mas na prática pouco foi feito até agora para proteger os tatus ameaçados de extinção.

O cientista brasileiro Felipe Melo da Universidade Federal de Pernambuco e alguns de seus colegas dirigiram uma petição urgente à senhora.

Eles exigem a libertação dos recursos financeiros já prometidos para 26 áreas de proteção no Brasil, a criação de novas áreas de proteção na Caatinga, o habitat dos tatus, e a publicação de um plano de ação para a proteção dos Tatus-bola-de-caatinga.

Por favor, ponha o apelo dos cientistas em prática e tome todas as medidas necessárias para proteger os Tatus-bola-de-caatinga.

Com os melhores cumprimentos,

Tema

O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?

 

Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.

Globalmente, até hoje já foram descritas duas milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.

A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual é danoso para o clima.

A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.

A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.

Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:

https://www.ufrgs.br/jornal/conexoes-entre-desequilibrios-ambientais-e-o-surgimento-de-doencas-infecciosas-na-amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-elo-entre-desmatamento-e-epidemias-investigado-pela-ci%C3%AAncia/a-53135352

Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática

 

O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.

Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.

As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.

A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se for a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.

Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.

A solução: menos é mais!

 

Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para o mudar da coisa.

Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:

  1. Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
  2. Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
  3. Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
  4. Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
  5. Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.

Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas

 

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