As abelhas precisam da vossa ajuda

Uma abelha voa para uma flor de cereja As abelhas são ameaçadas por neonicotinóides (© Flickr / David Farquhar - (CC BY-NC-ND 2.0))
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Insecticidas ameaçam a sobrevivência das abelhas. Sobretudo os neonicotinóides são associados à morte das abelhas. Mesmo assim, produtores como a BASF, a Bayer e a Syngenta opõem-se a regulamentos e proibições. Por favor, assinem a nossa petição para as abelhas

Apelo

Para: Os presidentes das empresas BASF, Bayer e Syngenta

“As abelhas precisam de proteção de agrotóxicos. Aceitem a proibição de pesticidas altamente tóxicos na UE.”

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As abelhas voam incansavelmente de flor a flor. Para o homem e a natureza, a diligência delas é de valor inestimável: fornecem-nos de mel e polinizam bilhões de flores, que se transformam depois em sementes, vagens, nozes ou frutas. Mundialmente, dois terços das nossas culturas alimentares são polinizadas por abelhas.

Porém, cada vez mais povos de abelhas estão morrendo. Parasitas introduzidas, a agricultura industrializada e pesticidas são considerados como as razões principais.

Sobretudo o grupo químico dos neonicotinóides é associado à mortalidade das abelhas. A indústria agrícola trata as sementes de milho, colza e trigo com as neurotoxinas para que as plantas não sejam comidas por insectos. Depois essas sementes são semeadas nos campos de cultivo – com consequências letais não só para as abelhas.

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) efectuou uma avaliação dos riscos de neonicotinóides e da substância Fipronil e constata “altos riscos de caráter agudo“. Em Dezembro de 2013 a União Europeia proibiu os pesticidas da Bayer e da Syngenta para dois anos e o uso do Fipronil da BASF foi limitado consideravelmente.

Mas os grupos químicos querem continuar a fazer grandes lucros. Os neonicotinóides geram dois bilhões de euros (6,4 bilhões de reais) por ano. Para revogar as proibições, a Bayer, a BASF e a Syngenta apresentaram uma quixa contra a UE. Com campanhas de publicidade as empresas tentam enganar o público.

Na China pode-se observar como será o nosso futuro sem abelhas. Ali trabalhadores agrícolas já têm que polinizar as flores com pincéis.

Por favor, dê uma voz às abelhas e assine a nossa petição.

Mais informações

Efeitos dos agrotóxicos nas abelhas e em outros polinizadores

Somente uma quinta parte dos desinfectantes para as sementes é absorvida pelas plantas. Ao semear as sementes, uma parte é emitida no ar e distribui-se pelos arredores, mas a maior parte entra nos solos. Além disso, os químicos são muito longevos e enriquecem-se no ambiente. Mas ainda não foi investigado suficientemente como os químicos se espalham no meio ambiente e quais impactos têm.

Os insecticidas são altamente tóxicos para as abelhas, a dose letal para a Imadacloprida e o Clothianidin, por exemplo, é extremamente baixa (entre cinco ou quatro nanogramas por indivíduo). Por isso, é muito difícil comprovar a intoxicação das abelhas pelos insecticidas na prática.

Além disso, outros fatores também jogam um papel importante para a mortalidade das abelhas: por exemplo outras fontes de poluição ambiental, falta de alimentos nos monocultivos da agricultura industrializada ou parasitas introduzidas como o ácaro varroa destructor.

Pássaros cantantes também estão em perigo

Novos estudos demostram que os neonicotinóides também ameaçam os pássaros cantantes de forma indireta. Segundo a pesquisa de cientistas neerlandeses (ver artigo Declines in insectivorous birds are associated with high neonicotinoid concentrations na revista Nature), os pássaros encontram menos insetos para comer nas áreas onde pesticidas como Poncho da Bayer (substância ativaClothianidin) foram aplicados. Por causa da carência de alimentos as populações de pássaros investigados diminuíram em 3,5 por cento por ano.

As empresas

A BASF (sede em Ludwigshafen, Alemanha, volume de negócios anual de 79 bilhões de euros e lucro líquido de 9 bilhões de euros em 2012), a Bayer (sede em Leverkusen, Alemanha, volume de negócios de 40 bilhões de euros, lucro líquido de 2,4 bilhões de euros em 2012) e a Syngenta (sede em Basel, Suíça, volume de negócios do equivalente a 11 bilhões de euros, lucro líquido de 1,5 bilhões de euros em 2012) são grandes empresas multinacionais. Elas não só produzem pesticidas, mas também comercializam as sementes. Visam um controle completo sobre a produção industrializada de alimentos.

Mais informações

Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA): Bee health

Estudo sobre as campanhas de publicidade das empresas, realizados pelos Amigos da Terra: Follow the honey – 7 ways pesticide companies are spinning the bee crisis to protect profit

Estudo do Greenpeace: Corporate science fiction - A critical assessment of a Bayer and Syngenta funded HFFA report on neonicotinoid pesticides

Página web da película sobre abelhas “More than Honey

Artigo Importance of pollinators in changing landscapes for world crops

Carta

Para: Os presidentes das empresas BASF, Bayer e Syngenta

Prezados senhoras e senhores presidentes,

as abelhas são indispensáveis para a vida no nosso planeta, não devem ser ameaçadas por pesticidas.

Por favor, aceitem as proibições dos inseticidas do grupo dos neonicotinóides e da substância Fipronil, que foram introduzidas pela União Europeia para a proteção das abelhas, e retirem as suas queixas contra a UE sem demora.

Peço-lhes também que acabem com as vossas campanhas de publicidade enganosas para os agrotóxicos, como organizações ambientalistas revelaram (ver Amigos da Terra “Follow the Honey – 7 ways pesticide companies are spinning the bee crisis to protect profits” e Greenpeace “Corporate Science Fiction - A critical assessment of a Bayer and Syngenta funded HFFA report on neonicotinoid pesticides“).

Com os melhores cumprimentos,

Tema

O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?

 

Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.

Globalmente, até hoje já foram descritas duas milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.

A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual é danoso para o clima.

A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.

A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.

Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:

https://www.ufrgs.br/jornal/conexoes-entre-desequilibrios-ambientais-e-o-surgimento-de-doencas-infecciosas-na-amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-elo-entre-desmatamento-e-epidemias-investigado-pela-ci%C3%AAncia/a-53135352

Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática

 

O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.

Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.

As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.

A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se for a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.

Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.

A solução: menos é mais!

 

Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para o mudar da coisa.

Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:

  1. Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
  2. Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
  3. Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
  4. Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
  5. Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.

Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas

 

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