Salvemos os orangotangos!Não ao óleo de palma!

Orangotango ferido é resgatado por um ativista Orangotango ferido (© International Animal Rescue Indonesia)
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A empresa indonésia BGA escreve que os problemas alegados quanto à destruição da floresta tropical tenham sido resolvidos. A tomada de posição dos nossos parceiros em Bornéu faz-nos duvidar disso. Continuamos a prosseguir o caso.

As plantações da empresa de óleo de palma Bumitama Gunajaya Agro (BGA) em Bornéu ameaçam a sobrevivência dos orangotangos. Por favor, exijam o fim do desflorestamento e das importações de óleo de palma

Apelo

Para: os deputados da União Europeia

“Ponham fim a qualquer desmatamento para óleo de palma. Nem os assim chamados rótulos ecológicos acabam com o desmatamento e a destruição da biodiversidade.”

Abrir a petição

Florestas tropicais destruídas, macacos-narigudos orfãos e orangotangos famintos: a empresa indonésia de óleo de palma Bumitama Gunajaya Agro (BGA) deixa um rasto de destruição em Bornéu. Na província de Kalimantan Central desmatou um habitat valioso de floresta tropical onde orangotangos e macacos-narigudos protegidos vivem - em contravenção das normas da "Mesa Redonda sobre o Óleo de Palma Sustentável" (RSPO).

Depois disso, em Abril de 2013, as organizações Friends of Borneo e International Animal Rescue Indonesia (IAR) apresentaram uma queixa oficial ao "Roundtable on Sustainable Palm Oil". Nós apoiamos os nossos parceiros com uma petição.

Em meados de Novembro de 2015, nós recebemos uma carta da BGA com a exigência de apagar a nossa petição na página web. A empresa alegou que os problemas da destruição da floresta tropical, que reclamamos na petição, tinham sido resolvidos e que as normas de sustentabilidade da RSPO foram cumpridas. Agora a BGA queria "tentar" fazer as coisas da forma correta. Mas os pareceres dos nossos parceiros em Bornéu nos deixam duvidar disto.

E ainda pior: a BGA continua a infringir as normas da RSPO, apesar da própria promessa. Em 26.09.2015 o grupo local AR Borneo apresentou mais uma queixa à Mesa Redonda, junto com a população indígena de uma comunidade afetada, contra o procedimento ilegal da BGA na terra deles.

Nós continuamos a apoiar os nossos parceiros na luta contra a BGA e recolhemos assinaturas contra a morte para o óleo de palma.

Por favor, assinem o nosso apelo aos políticos e às empresas responsáveis.

É incrível, mas desde 2007 o óleo de palma da BGA é certificado como sustentável pela RSPO. Entre os clientes do óleo de palma da BGA estão as empresas IOI, Wilmar e Sinar Mas, que vendem o óleo a produtores europeus de alimentos e bens de consumo e a empresas de agrocombustível. A UE também reconheceu a RSPO como um sistema de certificação para biocombustível produzido de forma sustentável.

Mais informações

Orangotangos e a biodiversidade

Sempre de novo, o habitat dos orangotangos e a biodiversidade imensa das florestas tropicais são destruídos irremediavelmente para plantações de dendezeiros. Na área abatida os animais estão indesejados e não podem sobreviver. Os ativistas do grupo International Animal Rescue Indonesia (IAR) não têm outra escolha senão anestesiar, capturar e levar os orangotangos a lugares mais seguros.

Reportagem do resgate dos orangotangos por International Animal Rescue

Mas para os animais já quase não existem outros espaços para viver. Além da floresta desmatada estendem-se monoculturas infinitas de dendezeiros. Por todo o país do Sudeste Asiático e no país vizinho da Malásia a mata virgem é desmatada para novas plantações de dendezeiros.

RSPO

O certificado de óleo de palma "Mesa Redonda sobre o Óleo de Palma Sustentável" (em inglês "Roundtable on Sustainable Palm Oil" – RSPO) engloba quase 1.200 empresas – por um lado os operadores de plantações, moinhos de óleo de palma e comerciantes  e, por outro lado, os clientes deles: os produtores europeus de alimentos e bens de consumo como a Nestlé, Unilever e Henkel. E uma dúzia de organizações ligadas à economia como o WWF, que funcionam como paliativo para o rótulo da indústria.

A RSPO não exclui o desmatamento de florestas tropicais para novas plantações de dendezeiros. Somente “áreas de protecção especialmente valiosas” (High Conservation Value Areas – HCVA) não podem ser abatidas.

Portanto, a Salve a Floresta exige que todas as áreas de floresta tropical sejam conservadas e protegidas. Nas florestas no Sudeste Asiático não aparecem somente orangotangos mas também muitas outras espécies ameaçadas, como por exemplo o macaco-narigudo e outros primatas, felinos predadores como o tigre e o leopardo-nebuloso, elefantes pigméus, rinocerontes-de-sumatra e muitas mais. E as florestas tropicais também são a terra natal e a base de vida de muitos povos indígenas e pequenos agricultores.

Por conseguinte, 256 organizações de protecção ambiental, defesa dos direitos humanos e de desenvolvimento de todo o mundo rejeitam há muito tempo a RSPO como treta de rótulos e “branqueamento ecológico”.

BGA

A empresa de produção de óleo de palma Bumitama Gunajaya Agro (BGA) faz parte do famigerado grupo indonésio Harita, que faz o seu dinheiro com a mineração (níquel, bauxita, carvão), o óleo de palma, a madeira tropical e cargas de navios. A empresa maláia de óleo de palma IOI também tem comissão num terço das vendas da BGA e opera, entre outros, uma enorme refinaria de óleo de palma (Loders Croklaan) em Roterdã para o mercado europeu.

A BGA já estabeleceu 124 mil hectares de plantações às custas das florestas tropicais de Bornéu (Kalimantan Ocidental e Central) e Sumatra (Riau) na Indonésia. E já se assegurou mais 65 mil hectares de terra. Cada ano a BGA desfloresta cerca de 13 mil hectares de mata virgem para cultivar dendezeiros ali.

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Fotos

(Fonte: International Animal Rescue Indonesia IAR)

 

 

 

 

 

As fotos foram tiradas ao longo do resgate de quatro orangotangos por IAR em Março de 2013 na plantação de dendezeiros da BGA em Kalimantan Ocidental.

Carta

Para: os deputados da União Europeia

Excelentíssimos Senhores e Senhoras,

os assim chamados rótulos de sustentabilidade como a “Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável” (Round Table on Sustainable Palm Oil – RSPO) não podem fazer parar o abate das florestas tropicais e a destruição da biodiversidade.

O exemplo mais recente disso é a empresa indonésia de óleo de palma Bumitama Gunajaya Agro (BGA) que está abatendo a floresta em Bornéu para plantações de dendezeiros. Sempre de novo os defensores dos animais da International Animal Rescue Indonesia (IAR) são chamados para resgatar animais famintos de uma morte certa.

As fotos e os vídeos dos ativistas da IAR mostram um resgate especialmente dramático do ano de 2013: quatro orangotangos quase mortos de fome foram descobertos numa área desmatada para uma nova plantação de dendezeiros da empresa BGA. Os animais, completamente desorientados, erraram no campo devastado que, há instantes, tinha sido o espaço vital deles.

A BGA é um membro da RSPO. Entre os clientes do óleo de palma da BGA estão as empresas IOI, Wilmar e Sinar Mas, que vendem o óleo a produtores europeus de alimentos e bens de consumo e a empresas de agrocombustível.

A UE reconheceu a RSPO como um sistema de certificação para biocombustível produzido de forma sustentável. Assim, o óleo de palma da RSPO pode ser acrescentado ao diesel.

Por favor, parem os abates da floresta tropical e as importações de óleo de palma. O óleo nocivo não deve chegar nem aos nossos produtos alimentares, cosméticos e detergentes nem aos tanques dos nossos carros.

Com os melhores cumprimentos,

Tema

A situação – florestas tropicais nos tanques e nos pratos

Com 66 milhões de toneladas por ano, o óleo de palma é o óleo vegetal mais produzido no mundo. Nos últimos anos, as plantações de óleo de palma já se estenderam, mundialmente, a mais de 27 milhões de hectares de terras. Florestas tropicais, pessoas e animais já tiveram de recuar uma área do tamanho da Nova Zelândia para dar lugar ao “deserto verde”.

 O baixo preço no mercado mundial e as qualidades de processamento estimadas pela indústria levaram a que um em cada dois produtos no supermercado contenha óleo de palma. Além de ser encontrado em pizzas prontas, bolachas e margarina, o óleo de palma também está em cremes hidratantes, sabonetes, maquiagem, velas e detergentes.

O que poucas pessoas sabem: na União Europeia 61% do óleo de palma importado é usado para produzir energia: 51% (4,3 milhões de toneladas) para a produção do biodiesel, bem como 10% (o,8 milhões de toneladas) em usinas para a produção de energia e calor.

A Alemanha importa 1,4 milhões de toneladas de óleo de palma e óleo de semente de palma: 44% das importações de óleo de palma (618.749 t) foram utilizados para fins de produção de energia, dos quais 445.319 t (72%) foram utilizados para a produção de biocombustível, ao passo que 173.430 t (28%) foram usados para produzir energia e calor.

Com isso, a equivocada política de energia renovável da Alemanha e da UE é uma importante causa para a derrubada de florestas tropicais. A mistura de biocombustível na gasolina e no óleo diesel é obrigatória desde 2009, por determinação de diretiva da União Européia.

Ambientalistas, ativistas de direitos humanos, cientistas e e até mesmo a maior parte dos parlamentares europeus reivindicam, reiteradamente, a exclusão do óleo de palma do combustível e das usinas a partir de 2021. Em vão. Em 14 de junho de 2018, os membros da UE decidiram continuar permitindo o uso do óleo de palma tropical como “bioenergia” até o ano de 2030.

As alternativas: Por favor, leia as informações sobre a composição dos ingredientes na embalagem, deixando na prateleira os produtos que contém óleo de palma. Já na hora de abastecer, não há outra opção: a única solução é a bicicleta ou os meios de transporte públicos

As consequências: perda de matas, extinção de expécies, expulsão de nativos e aquecimento global

Nas regiões tropicais ao redor do Equador, o dendezeiro (elaeis guineensis) encontra condições ideais para o seu cultivo. No Sudeste Asiático, na América Latina e na África, vastas áreas de floresta tropical são desmatadas e queimadas todos os dias a fim de gerar espaço para as plantações. Desta forma, quantidades enormes de gases com efeito-estufa são emitidas na atmosfera. Em partes do ano de 2015, a Indonésia – a maior produtora de óleo de palma – emitiu mais gases climáticos do que os EUA. Emissões de CO² e metano levam a que o biodiesel produzido a partir de óleo de palma seja três vezes mais nocivo para o clima do que o combustível tirado do petróleo.

Mas nem só o clima global está sofrendo: juntamente com as árvores, também desaparecem raras espécies animais como o orangotango, o elefante-pigmeu-de-bornéu e o tigre-de-sumatra. Muitas vezes, pequenos agricultores e indígenas que habitam e protegem a floresta são deslocados da terra deles de forma violenta. Na Indonésia, mais que 700 conflitos de terra estão relacionados com a indústria de óleo de palma. Até nas plantações declaradas como “sustentáveis” ou “ecológicas”, sempre violam-se, reiteradamente, direitos humanos.

Nós, consumidores, não sabemos muito disto. Porém, o nosso consumo diário de óleo de palma também tem efeitos negativos para a nossa saúde: o óleo de palma refinado contém grandes quantidades de ésteres de ácidos graxos, que podem interferir no patrimônio hereditário e causar câncer.

A solução – revolução dos tanques e dos pratos

Hoje em dia, somente 70 mil orangotangos vivem nas florestas do Sudeste Asiático. A política do biodiesel na UE leva os antropóides à beira da extinção: cada nova plantação de dendezeiros destrói um pedaço do espaço vital deles. Para ajudar os nossos parentes, temos que aumentar a pressão sobre a política. Mas no seu dia a dia existem várias opções para agir!

Estas dicas simples ajudam a encontrar, evitar e combater o óleo de palma:

  1. Cozinhe e decida por si mesmo ingredientes frescos, misturados com um pouco de criatividade, fazem empalidecer qualquer refeição pronta (que contenha óleo de palma). Para substituir o óleo de palma industrial, podem-se utilizar óleos europeus como óleo de girassol, colza ou azeite ou, no Brasil, óleo de côco, de milho (não transgênico!) ou – se você conhece a origem – óleo de dendê artesanal.

  2. Ler as letras pequenas: na União Europeia, as embalagens de alimentos têm que indicar desde Dezembro de 2014 se o produto contém óleo de palma.1 Em produtos cosméticos e de limpeza esconde-se um grande número de termos químicos.2 Com um pouco de pesquisa na Internet, podem-se encontrar alternativas sem óleo de palma.

  3. O consumidor é o rei: Quais produtos sem óleo de palma são oferecidos? Por que não se utilizam óleos domésticos? Perguntas ao pessoal de vendas e cartas ao produtores exercem pressão sobre as empresas. Esta pressão e a sensibilização crescente da opinião pública já fizeram com que alguns produtores renunciassem o uso de óleo de palma nos próprios produtos.

  4. Petições e perguntas a políticos: protestos on-line exercem pressão sobre os políticos responsáveis por importações de óleo de palma. Você já assinou as petições da Salve a Floresta?

  5. Levante a sua voz: manifestações e ações criativas na rua tornam o protesto visível para a população e a mídia. Assim, a pressão sobre decisores políticos ainda cresce.

  6. Transporte público em vez de carro: se possível, ande a pé, de bicicleta ou use o transporte público.

  7. Passe os seus conhecimentos: a indústria e a política querem fazer-nos crer que o biodiesel seja compatível com o ambiente e que plantações de dendezeiros industriais possam ser sustentáveis. Salveaselva.org informa sobre as consequências do cultivo de dendezeiros.

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