"Biodiesel”: UE destrói 700 mil hectares de floresta

Fotomontagem: de um escape de carro sai fumaça que envolve a floresta tropicalO Parlamento Europeu está dicutindo sobre a acrescentação de óleo de palma ao combustível
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A UE quer salvar o nosso clima com o combustível vegetal supostamente ecológico e classificou óleo de palma como sustentável - apesar do abate de florestas para as plantações. 1,9 milhões de toneladas de óleo de palma já chegam aos tanques dos carros. Atualmente, a EU está negociando sobre a política de agro-combustível.

Apelo

Para: Comissão Européia, Conselho de Ministros Europeu, Parlamento Europeu e os governos dos Estados-Membros da UE

“Acabem com as importações de agrocombustível!”

Abrir a petição

Com os agro-combustíveis a UE quer tornar o uso do carro mais compatível com o ambiente. Por isso, o combustível vendido nas estações de serviço contém crescentes quota-partes do assim chamado biocombustível.

No ano passado, 1,9 bilhões de toneladas de óleo de palma foram acrescentadas ao Diesel em toda a União Européia - além de muitas toneladas mais dos óleos nocivos de colza e soja.

As plantações de dendezeiros necessários para isso ocupam 700 mil hectares - uma área em que, há pouco, crescia floresta tropical e viviam os orangotangos ameaçados. Apesar do abate das florestas tropicais, a UE classificou o óleo de palma como produzido de forma sustentável.

Contudo, ambientalistas, especialistas de desenvolvimento e cientistas têm advertido da nociva energia vegetal há muito tempo. Até os estudos encomendados pela Comissão Européia mostram: o biocombustível a partir de óleo de palma ou soja, mas também colza doméstica é mais prejudicial do que o diesel fóssil a partir de petróleo.

Por isso, a UE teria que acabar com a sua política de agrocombustível imediatamente. Mas a indústria agrária faz todos os possíveis por continuar a tirar proveito do negócio. Somente as subvenções estatais para agrocombustíveis importam em 10 bilhões de euros por ano.

No 13 de Novembro, os embaixadores dos Estados-Membros vão tomar uma decisão preliminar sobre a quantidade de “biodiesel” aspirada pela UE no futuro. Esta decisão preliminar provavelmente será adoptada pelos ministros.

Por favor, assinem a nossa carta à UE e exijam connosco que se acabe definitivamente com o agro-combustível.

Mais informações

Na UE 14 milhões de toneladas de "biocombustível" são adicionadas anualmente à gasolina e ao diesel. 2020 esta cifra deve aumentar para 30 milhões de toneladas afim de substituir dez por cento do petróleo. Largas e constantemente crescentes quantidades de agro-combustível ou seja das matérias-primas necessárias para a sua produção, como óleo de palma ou de soja, são importados do ultramar. Na América do Sul as florestas e savanas são abatidas afim de criar espaço para o cultivo de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol e para monoculturas de soja como base de biodiesel.

No Sudeste Asiático as florestas tropicais são abatidas sobretudo para plantações de dendezeiros. Com uma quota-parte do mercado global de quase 90 por cento, a Malásia e a Indonésia representam os dois maiores produtores de óleo de palma – e ao mesmo tempo os maiores destruidores das florestas tropicais. As consequências horríveis do agro-combustível da UE mostram-se por exemplo na Malásia. Em Bornéu, o grupo estatal Yayasan Sabah está abatendo 70 mil hectares de floresta tropical para o cultivo de dendezeiros. 14 elefantes pigmeus de Bornéu foram envenenados ali na floresta tropical, porque barriam o caminho para as empresas de plantações.

As plantações estão certificadas com o rótulo da Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável (RSPO). Assim, o óleo de palma produzido ali é classificado pela UE como "sustentável" e pode ser acrescentado ao biocombustível. Seis milhões de toneladas de óleo de palma, o óleo vegetal de longe mais barato, chegam ao mercado europeu.

Carta

Para: Comissão Européia, Conselho de Ministros Europeu, Parlamento Europeu e os governos dos Estados-Membros da UE

Excelentíssimos senhores e senhoras,

eu soube, com grande incompreensão, que a Comissão Européia quer manter sua política em relação ao agro-combustível.

Contudo, o combustível vegetal não só agudiza a fome no mundo, mas também representa uma catástrofe para a natureza e o clima. As monoculturas industriais estendem-se mundialmente à custa dos ecossistemas naturais e destroem a biodiversidade.

Há anos, ambientalistas, defensores dos direitos humanos, científicos, peritos em desenvolvimento e até organizações internacionais como as Nações Unidas (UN) e a OECD têm pedido à União Européia que acabe com a sua política nociva dos biocombustíveis.

Os estudos científicos encomendados pela Comissão Européia também chegam à conclusão que o biodiesel a partir de óleo de palma, soja ou colza gera mais emissões de gases com efeito de estufa que o diesel de origem fóssil.

Como o óleo de palma do Sudeste Asiático é notavelmente mais barato do que outros óleos vegetais, a indústria de biodiesel está utilizando cada vez mais esse óleo tropical. Os certificados reconhecidos pela UE como o certificado da Mesa Redonda sobre Óleo de Palma Sustentável classificam o cultivo como compatível com o ambiente - apesar da queima das florestas tropicais.

Além disso, a produção de agro-combustível consome montes de água, fertilizantes e pesticidas que prejudicam o ambiente e a saúde das pessoas. Também na Europa os pássaros desaparecem dos campos porque monoculturas de colza ocupam o seu espaço vital para a produção de biodiesel.

Todos estes graves problemas não podem ser resolvidos com a proposta da Comissão Européia de fixar uma quota-parte de cinco por cento de agro-combustíveis a partir de alimentos e creditar o biocombustível a partir de desperdícios e celulose de forma quádrupla.

Por favor, abolam imediatamente a inclusão obrigatória de agro-combustível no combustível fóssil e anulem todas as facilidades fiscais, os subsídios e as importações.

O direito humano à alimentação, a conservação da biodiversidade e a proteção da natureza devem ter prioridade em relação aos interesses comerciais unilaterais da indústria dos agro-combustíveis.

Com os melhores cumprimentos,

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