Entre em ação pela paz e pelo meio-ambiente!

Estamos chocados com a guerra na Ucrânia e com os pensamentos nas suas vítimas. Nosso enorme consumo de gás, petróleo e carvão não apenas destrói o meio-ambiente e o clima global, mas também vidas humanas. Precisamos não apenas de energias renováveis, nós também temos de reduzir o nosso consumo de energia.
Apelo“Ajude-nos a economizar energia! Se conseguirmos reduzir rapidamente o nosso consumo de energia, protegeremos o meio-ambiente, o clima global e vidas humanas.”
Embora haja progressos na expansão de energias renováveis, a UE ainda dependem bastante de gás natural, petróleo e carvão. 21,2 % do seu consumo de energia são providos por fontes renováveis, mas 78,8 % continuam sendo provenientes de energia fóssil ou nuclear.
A Rússia exerce um papel-chave nessas importações, como demonstrado a seguir: 47 % do carvão, 41 % do gás natural, bem como 27 % do petróleo que ingressam na UE provém da Rússia. Ao todo, os países da UE enviaram para a Rússia, no ano passado, 99 bilhões de euros, sendo que a maior parte disso foi em troca de gás e petróleo.
Não obstante a guerra e as ameaças de Putin de usar armas nucleares, por enquanto, a UE deve seguir importando da Rússia. Enquanto isso, a UE e os governos nacionais estão procurando por alternativas, e isso também na hipótese de a Rússia suspender o fornecimento.
Contudo, o gás dos EUA - que é explorado por meio de fraturamento hidráulico (“fracking”) dos - não vai ser uma solução para o meio-ambiente ou para o clima global. Do mesmo modo, gás liqüefeito do Catar, ou mais petróleo de países como a Líbia ou o Cazaquistão, ou mais carvão da Austrália também não vão resolver o problema.
O nosso enorme consumo de energia é bastante injusto também para as pessoas que vivem no chamado Sul Global. Na UE, o consumo anual de energia per capita, conforme os dados da UE e da ONU é de 126 Gigajoule (correspondente a 3,3 toneladas de equivalentes de petróleo), o que está muito acima da média global de 78 GJ, sendo mais do que o quádruplo do consumo da Índia (29 GJ) ou quase 5 vezes o volume médio consumido pela África (26 GJ).
No final de fevereiro, o IPCC - o órgão internacional que estuda os efeitos do aquecimento global - divulgou seu mais recente Relatório. A mudança climática - causada sobretudo pela queima de energia fóssil - é uma ameaça grave e crescente para nós e para a natureza. Segundo os pesquisadores, ainda é possível evitar o pior.
Por favor, entre nessa ação conosco, reduzindo o seu consumo de energia e divulgando esta ação no seu círculo de contatos.
Mais informaçõesA brutal guerra de invasão na Ucrânia do Presidente russo Wladimir Putin, bem como sua aparente chantagem no tocante ao fornecimento de gás fez, de novo, a nossa dependência de energias fósseis saltar aos olhos. Segundo dados da UE de 2019, 84,2 % do consumo nacional de energia bruta (gross inland energy consumption) dos países da UE são baseados em fontes de energia fósseis. Petróleo responde por uma quota-parte de 34,5 %; gás natural, por uma quota de 23,1 %; carvão, por 1,6 %; queima de lixo, 1,5 %; energia nuclear, 13,5 %. Fontes de energia renováveis respondem por uma quota de apenas 15,8 % [1].
A Rússia exerce um papel-chave nas importações dessas fontes, como demonstrado a seguir: 47 % do carvão, 41 % do gás natural, bem como 27 % do petróleo que ingressam na UE - segundo a própria UE, vem de lá[2]. Ao todo, os países da UE enviaram para a Rússia, no ano passado, 99 bilhões de euros, sendo que a maior parte desse montante foi em pagamento por gás, petróleo e carvão (61 bilhões de euros)[3]. Além disso, a Rússia exporta para a UE outras matérias-primas, como, por exemplo, grandes quantidades de metal (minério de ferro, aço, alumínio, cobre, níquel) e madeira.
Energias Renováveis
Nos países da UE, fontes de energia renováveis como biomassa, luz solar e energia hidrelétrica responderam, em 2020, por 22,1% do consumo bruto final de energia (gross final energy consumption). Dessa parcela, quase 60% proveio de fontes bioenergéticas[4]. Energia solar, hidrelétrica e eólica, por sua vez, contribuíram com uma quota de apenas 40% do total de energias renováveis.
Uma expansão das fontes bioenergéticas não é possível, porquanto já agora a biomassa à disposição é utilizada, e cada vez mais elas são importadas. Nas fontes bioenergéticas, está incluída a madeira como combustível, bem como o biogás de milho e estrume para a produção de energia e calor. Especialmente ruins são os biocombustíveis cuja base são o óleo de palma e de soja. É para o cultivo de palmas de óleo e de soja que as florestas tropicais do sudeste asiático, da África e da América Latina são desmatadas.
Também o potencial de energia hidrelétrica na UE está, em grande medida, esgotado. Os últimos rios europeus que sobraram, no sudeste europeu (península balcânica), e que ainda não foram destruídos por usinas hidrelétricas, devem ser necessariamente protegidos e conservados.
A expansão das fontes de energias renováveis tem de se concentrar, sobretudo, no vento e no sol, bem como em aerotermia (bombas de calor). Esta deve ser feita, sobretudo, de forma descentralizada e com a participação de cidadãos, em vez de se engajar grandes conglomerados e instituições financeiras que constroem parques eólicos e solares gigantes, os quais, por sua vez, destroem o ecossistema e a paisagem. Tais empreendimentos decentralizados devem incluir aparelhos solares fotovoltaicos nos telhados das casas, pequenas turbinas eólicas para produção de energia para uso próprio, e ainda, o pagamento de retribuições adequadas para os domicílios envolvidos, etc.
A energia solar e eólica também não são completamente livres de problemas. A construção de parques eólicos e solares ocupa áreas no solo e no mar, causa danos ecológicos e causa conflitos com a população local. Além disso, para a construção dessas usinas, são necessárias enormes quantidades de matérias-primas. cuja exploração, transporte e processamento destrói o meio-ambiente e causa emissões prejudiciais ao clima.
Nosso consumo não é globalmente justo
Com o nosso consumo de energia e de matérias-primas na UE, nós acabamos por viver às custas de muita gente no chamado Sul Global. Nós consumimos muito mais energia e matérias-primas per capita do que as pessoas no Sul Global. O consumo anual de energia per capita da UE é de 126 Gigajoules (correspondente a 3,3 toneladas de equivalentes de petróleo), o que está muito acima da média global de 78 GJ, sendo o quádruplo do consumo da Índia (29 GJ) ou 4,5 vezes o volume médio consumido pela África (26 GJ).
Nosso consumo de energia e matérias-primas ameaça as nossas condições de vida
Também para proteger o clima precisamos acabar com a queima de energias fósseis o mais rápido possível. Assim é que, na UE, as emissões de CO2 global perfazem 5,6 t por habitante. A média global fica em torno de 4,4 t; na Índia, esse número é de 1,9 t por habitante; na África, a cerca de 1 t por habitante[5]..
No final de fevereiro, o IPCC - o órgão internacional que estuda os efeitos do aquecimento global - divulgou seu Relatório mais recente. A mudança climática é uma ameaça grave e crescente para o nosso bem-estar e para a saúde do nosso planeta. Segundo os pesquisadores, ainda é possível evitar o pior. A Humanidade, contudo, tem cada vez menos tempo para tomar providências. É o que dizem os cientistas.
Muitos dos nossos fornecedores são ditaduras brutais
Por muito tempo, a UE e seus membros estabeleceram políticas cuja divisa era a "mudança pelo comércio". No entanto, crescimento permanente, consumo sempre crescente e uma ordem econômica neoliberal não é capaz de criar democracia, tampouco paz. Isso só faz ameaçar a nossa capacidade de suportar as mudanças climáticas e ecológicas e destrói as condições de vida do nosso planeta.
A Rússia não é um caso isolado. Também despejamos anualmente bilhões de euros a outros regimes ditatoriais que desprezam direitos humanos - como a China e a Arábia Saudita - em troca de matérias-primas e produtos industriais baratos.
A China amordaça sua população, comete genocídio contra a minoria dos Uiguri e ameaça abertamente anexar Taiwan, um país democrático que se separou da China em 1949. Também a Arábia Saudita pisoteia os direitos humanos, financia fanáticos e produz uma guerra sangrenta no Iêmen, seu país vizinho.
[1] Eurostat (2021). Energy statistics - an overview: https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=Energy_statistics_-_an_overview
[2] Eurostat (sem data). From where do we import energy? https://ec.europa.eu/eurostat/cache/infographs/energy/bloc-2c.html
[3] Reuters (2022). Energy represented majority of EU's Russian imports in 2021, Eurostat says: https://www.reuters.com/business/energy/energy-represented-majority-eus-russian-imports-2021-eurostat-says-2022-03-07/
[4] European Union (2019). Brief on biomass for energy in the European Union: https://ec.europa.eu/knowledge4policy/bioeconomy
Eu participo dessa ação e o faço pelo meio-ambiente, pelo clima global e pela paz!
Consumir menos energia é a solução mais efetiva, a mais favorável ao meio-ambiente e ao clima, e ainda, a mais rápida de ser implementada.
Cada um de nós pode se perguntar: é possível, para mim, consumir menos energia? Uma limitação como essa seria inaceitável ou talvez até um ganho na qualidade de vida?
Medidas simples para reduzir o consumo de energia imediatamente:
EM CASA
- Baixar o aquecedor. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), a temperatura ambiente média na Europa é maior que 22°C. Se reduzirmos a temperatura em dois graus, economizaríamos 12% de energia;
- Não aquecer áreas não utilizadas, mas apenas protegê-las de geadas;
- reduzir o consumo doméstico de energia elétrica; - desligar aparelhos elétricos, em vez de deixá-los no “stand by” e quando os utilizar, operá-los no modo ecológico;
- questionar se realmente existe a necessidade de usar aparelhos extremamente gastadores de energia, como freezers ou secadoras de roupa. Em sendo possível, desligue-os.
- Na hora do banho, prefira o chuveiro à banheira. Também é possível poupar bastante energia diminuindo a temperatura da água.
MOBILIDADE
Abra mão de deslocamentos desnecessários, organizando o cotidiano de modo o mais local possível: Dê prioridade às lojas, estabelecimentos sanitários, educacionais ou esportivos que estejam na sua proximidade.
- Sempre que possível, ande a pé, de bicicleta ou faça uso de transporte coletivo, em vez de andar com o seu próprio carro, ou, ao menos, compartilhe este com outras pessoas, dando ou pegando carona regularmente.
- Quanto às férias, avalie se realmente precisa fazer uma viagem longínqua ou pegar avião; Quanto aos fins-de-semana, reflita se realmente deve usar avião para um período tão curto.
Por favor, apóie o nosso apelo para economia de energia!
1) International Energy Agency (2022). A 10-Point Plan to Reduce the European Union’s Reliance on Russian Natural Gas: https://www.iea.org/reports/a-10-point-plan-to-reduce-the-european-unions-reliance-on-russian-natural-gas
Como o clima e a floresta tropical estão relacionados
Florestas são ecossistemas complexos, nos quais plantas, fungos e animais estão estreitamente conectados entre si. Para o clima local e global, elas exercem um papel muito importante. Plantas absorvem o gás de efeito estufa dióxido de carbono (CO2) do ar. Com ajuda da água e da luz solar, elas formam açúcar, e a partir dele, outros compostos de plantas. Com isso, as moléculas de carbono são fixadas em troncos, folhas e raízes. O oxigênio liberado nesse processo é lançado na atmosfera. A esse processo dá-se o nome de fotossíntese.
Conforme estimativas, as florestas tropicais são capazes de absorver 250 milhões de toneladas de CO2, grande parte das quais em florestas de turfa. Isso corresponde, globalmente, à quantidade de cerca de 90 vezes aos gases de efeito estufa emitidos por ano. Quarenta por cento (40%) do oxigênio presente na atmosfera provém das florestas tropicais. A imagem das florestas como “pulmão da Terra” não é exatamente correta, porém, é fácil de memorizar.
Florestas produzem, em grande parte por si próprias, as altas precipitações que se distribuem equilibradamente ao longo do ano. Um aspecto importante é a evapotranspiração, isto é, os vapores orgânicos que as plantas emitem por meio de suas folhas. Embora nas florestas o ambiente seja quente e úmido, as nuvens refletem grande parte da luz solar no espaço sideral - refrescando, com isso, a atmosfera. Sem esse efeito, essas regiões seriam ainda mais quentes do que são.
Por serem armazenadoras de carbono e produtoras de chuvas, as florestas exercem um papel-chave na situação climática e na luta contra a catástrofe climática.
O problema: A catástrofe climática e a destruição das florestas
Ocorre, no entanto, que as florestas tropicais estão conseguindo cada vez menos exercer a sua função estabilizadora do clima. Pelo contrário: Sua destruição, a qual dá lugar a plantações industriais, pastos ou áreas de mineração libera enormes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera. Tanto é que, em 1997, os incêndios florestais na Indonésia provocaram 1/3 da totalidade de emissões globais de gases de efeito estufa. Especialmente pavorosos estão se mostrando os efeitos da destruição das florestas de turfa.
Conforme um estudo publicado na revista científica Nature, é possível que só as florestas tropicais, em virtude da mudança da situação climática e das condições de crescimento, já a partir de 2035 deixem de ser armazenadores de CO2, passando a ser fonte de emissão de CO2, passando, portanto, a contribuir com o avanço da catástrofe climática.
Em razão de o ecossistema floresta tropical ser conectado de maneira complexa, a rede como um todo pode sofrer, mesmo quando o dano está em apenas um local. É assim, por exemplo, quanto ao ciclo da água. Se, em virtude de alterações climáticas, ocorrerem períodos de estiagem - o que já vem sendo observado - este ciclo pode entrar em colapso. Nesse caso, as sempre-verdes e densas florestas tropicais torna-se savanas pobres em espécies. O clima local é alterado, ficando mais seco e mais quente.
Especialmente ameaçador é o chamado ponto de não-retorno do sistema climático: Se, por exemplo, a mudança climática na Amazônia atingir uma determinada proporção, o processo - e com ele a perda da floresta tropical em sua forma de hoje - não será mais reversível.
O que está claro é o seguinte: A catástrofe climática é causada pela ação humana. Noventa e oito por cento (98%) dos cientistas que se ocupam desse tema estão de acordo quanto a esse ponto. Em virtude de o sistema climático ser altamente completo, cientistas encontram sempre novas relações, interpretam dados diferentemente e revogam prognósticos. Isto, na ciência, é completamente normal. As conclusões dos climatologistas, contudo, vão se tornando cada vez mais alarmantes.
A solução: Floresta tropical e proteção do clima
Para a proteção do clima, as florestas tropicais precisam ser conservadas, porque a continuação de sua destruição iria piorar a catástrofe, haja vista que elas são irrenunciáveis em virtude de sua capacidade de armazenar carbono. Proteção do clima, com isso, é proteção da floresta tropical. E vice-versa.
- Precisamos conservar as florestas tropicais e remediar os danos já causados. Florestas são muito mais do que armazenadoras e redutoras de carbono, na medida em que são ecossistemas multifacetados e habitat de milhões de pessoas.
- Precisamos proteger o clima - e, ao mesmo tempo, conservar a biodiversidade. A catástrofe climática e a extinção de espécies são duas crises existenciais, as quais temos de combater harmonicamente.
- Precisamos fortalecer os direitos dos povos indígenas que vivem em regiões com florestas tropicais. Eles são, frequentemente, os melhores protetores das florestas.
- Nós precisamos mudar, fundamentalmente, o nosso modo de viver e a nossa economia. Precisamos reduzir o nosso consumo de energia, produtos alimentícios e matérias-primas, em vez de manter o status quo com os chamados “produtos verdes”. Precisamos parar de queimar carvão, petróleo e gás natural.
- Precisamos consertar a falsa política climática que aí está. Precisamos sair do caminho errado dos biocombustíveis, especialmente quando estes são baseados em óleo de palma, soja ou cana-de-açúcar, bem como parar de queimar árvores em usinas termoelétricas.
- Vamos dizer não ao “comércio de indulgências” dos programas de compensações de emissões (offset), por meio dos quais, por exemplo, empresas pagam por medidas de proteção ao meio-ambiente, para, em contrapartida, ter permissão para continuar emitindo gases de efeito estufa. Recusamos as tecnologias supostamente intermediárias, que preservariam o clima, como a substituição do carvão pelo gás natural.
- Depois da pandemia da Covid-19, teremos de reequipar a economia e a sociedade de forma pró-meio-ambiente. Não se pode permitir que haja um “programa conjuntural” com as velhas receitas de sempre.
A Covid nos mostrou que somos capazes de produzir mudanças rápidas e profundas, quando se trata de uma crise existencial.
78,8 % continuam sendo provenientes de energia fóssil ou nuclearEurostat, (2022). Renewable energy statistics: https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=Renewable_energy_statistics
47 % do carvão, 41 % do gás natural, bem como 27 % do petróleo que ingressam na UE provém da RússiaEurostat (sem data). From where do we import energy? https://ec.europa.eu/eurostat/cache/infographs/energy/bloc-2c.html
99 bilhões de eurosReuters (2022). Energy represented majority of EU's Russian imports in 2021, Eurostat says: https://www.reuters.com/business/energy/energy-represented-majority-eus-russian-imports-2021-eurostat-says-2022-03-07/
da ONUUnited Nations, Department of Economic and Social Affairs (2021). Energy Statistics Pocketbook 2021: https://unstats.un.org/unsd/energystats/pubs/documents/2021pb-web.pdf
Esta petição está disponível, ainda, nas seguintes línguas:
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