Não à Engenharia Genética nas Matas

O setor de engenharia genética nos EUA está maquinando um plano pérfido para tornar a controversa tecnologia mais palatável. Eles alegam que a manipulação genética de árvores seria um meio hábil para salvar espécies ameaçadas e florestas. Precisamos deletar esse plano: nada de engenharia genética em matas!
ApeloPara: US Department of Agriculture – Animal Plant Health Inspection Servie (USDA APHIS)
“O setor de engenharia genética americano alega que a manipulação genética de árvores seria um meio hábil de salvar florestas e espécies ameaçadas.”
O plano do setor de engenharia genética é o seguinte:
No início do século XX, as castanheiras americanas foram tão dizimadas por um câncer fúngico que sobraram apenas poucos exemplares no leste dos EUA e do Canadá. Cientistas manipularam de maneira tal o material genético das castanheiras que elas teriam se tornado resistente à doença. Eles querem plantar as árvores de laboratório na natureza o mais rápido possível, para que as sementes se propaguem.
A castanheira americana, tão comum no passado, deve reconquistar o seu território. Com isso, declara-se que a engenharia genética salvaria florestas.
No entanto, o plano é perigoso. Esse seria um experimento sem volta, cujas consequências ninguém pode avaliar. Não existem estudos de longo prazo sobre como árvores geneticamente modificadas interagem com ecossistemas diversos, insetos, pássaros e outros animais selvagens.
A “recriação" da castanheira poderia contribuir com a extinção de outras espécies.
O verdadeiro objetivo do plano é romper com um tabu: depois disso, autorizações para a plantação de árvores "recriadas" seria automática. Isso porque o que interessa não é a nobre proteção de uma icônica espécie, e sim os interesses econômicos de certos setores, como a indústria de celulose e de pellet. A mentira da manipulação genética como salvadora de florestas teria sucesso – embora a maior parte da população rejeite intervenções humanas no material genético.
Para ambientalistas, uma coisa é clara: engenharia genética não protege florestas, antes coloca-as em risco. Alta tecnologia, neste caso, é uma maneira completamente falsa de abordar o problema. De uma maneira brutal, COVID-19 está ensinando quais são as consequências de desrespeitar os limites da natureza.
Em vez de bulir com o material genético de árvores, precisamos é conservar a natureza.
Mais informaçõesA castanheira norte-americana (American Chestnut, Castanea dentata) pertence à categoria de árvores florestais que dominavam o oeste dos EUA e do Canadá até a primeira metade do século XX, quando um fungo proveniente da Ásia (Cryphonectria parasítica) passou a causar câncer em troncos de castanheiras, dizimando quase que completamente a espécie. Castanheiras asiáticas são imunes contra essa doença fúngica, já suas parentes americanos não o são.
De acordo com um estudo, existem nas florestas dos EUA cerca de 450 espécies importadas -as quais variam de insetos a fungos causadores de doenças – que prejudicam as árvores locais. Elas ameaçam 40% das florestas. Combatê-las por meio da engenharia genética é impossível.
Castanheiras americanas geneticamente modificadas vem sendo investigadas há cerca de 30 anos pelo College of Environmental Science and Forestry da State University of New York (SUNY ESF) em Syracuse. Prof. William Powell e Prof. Chuck Maynard introduziram na castanheira uma sequência genética tirado do genoma do trigo, a qual produz a enzima oxalato-oxidase (OxO). Esta, por sua vez, neutraliza o ácido oxálico do fungo.
Essas árvores recriadas não se limitariam a ficar nos EUA, pois avançariam além das fronteiras. Castanheiras originalmente provenientes de Ontario devem se espalhar também no oeste do Canadá.
A pesquisa e o desenvolvimento de castanheiras geneticamente modificadas foram promovidos por empresas como ArborGen, Monsanto (hoje Bayer) e Duke Energy.
O Departamento Americano de Agricultura (USDA) e a Agência de Proteção Ambiental (EPA) precisam cumprir a sua função de proteger a segurança dessas árvores, antes que os exemplares modificados sejam plantados nas florestas. Nenhum dos dois órgãos tem experiência nisso. A Academia Nacional de Ciências americana já havia feito um alerta sobre o tema no Relatório Forest Health and Biotechnology. Entretanto o USDA financiou os pesquisadores para que estes pudessem valer uma avaliação quanto aos riscos envolvidos com suas próprias árvores.
Para: US Department of Agriculture – Animal Plant Health Inspection Servie (USDA APHIS)
Excelentíssimas Senhoras, Excelentíssimos Senhores,
Certos pesquisadores estão a preparar um requerimento ao governo com o fim de obter autorização para plantar castanheiras americanas geneticamente modificadas e aptas a reproduzir-se em florestas naturais.
Esses cientistas querem florestas com árvores manipuladas geneticamente. Isso criaria um terrível precedente.
A castanheira americana tornar-se-ia a primeira espécie geneticamente manipulada – bem como a primeira planta “recriada” capaz de reproduzir-se – que teria autorização para ser plantada em um ecossistema natural. Futuras plantas geneticamente modificadas poderiam obter, a partir de então, autorização de serem plantadas sem que se possa impedir seu alastramento descontrolado.
Certas empresas e pesquisadores vêm se empenhando há muitos anos para obter autorização para plantar árvores manipuladas em monoculturas industriais. A recusa avassaladora da opinião pública, até agora, vem ajudando a freá-los. Agora, eles estão querendo desviar esta desconfiança natural, espalhando a mentira da “recriação para a manutenção de espécies da floresta”. Defensores da engenharia genética querem trazer de volta à floresta o castanheiro americano - o qual foi praticamente extinto na primeira metade do século XX – intervindo em seu material genético.
No entanto, não é tirando uma espécie de árvore da proveta que se vai “conservar” uma floresta.
Não existe nenhum estudo de longo prazo sobre os riscos ecológicos e sociais da colocação de castanheiros geneticamente modificados em florestas. Povos indígenas, First Nations, cidades, regiões administrativas e fazendeiros que querem continuar livres de manipulações genética, estariam em perigo. A soberania de povos indígenas seria violada, e a existência dos castanheiros que vivem da extração estaria ameaçada.
Por todos esses motivos, eu me junto aos cidadãos e organizações que reivindicam sejam rechaçadas essas e todas as outras árvores geneticamente modificadas. É preciso que se detenha este grande e perigoso experimento em nossas florestas.
Cordialmente
Esta petição está disponível, ainda, nas seguintes línguas:
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