Bulldozers têm que desaparecer da floresta dos chimpanzés!

Um chimpanzé no Uganda O espaço vital dos chimpanzés está desaparecendo (© flickr//francesco_veronesi - CC BY-NC-SA 2.0)
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500 chimpanzés vivem nas florestas de Bugoma. Mas o habitat deles está em perigo: a empresa Hoima Sugar está invadindo o refúgio no Uganda para cultivar cana-de-açúcar. Os habitantes da região lutam pela conservação da terra natal deles. Por favor, exijam do governo do Uganda que proteja o país da sobrexploração.

Notícias e Atualidades Apelo

Para: o Presidente do Uganda Yoweri Museveni

“Uma nova plantação da empresa Hoima Sugar ameaça a zona florestal protegida de Bugoma. Por favor, impeça que a terra seja concedida a investidores duvidosos.”

Abrir a petição

Antigamente, o Uganda era considerado como a “pérola da África”. Mas nas décadas passadas o país perdeu um dos seus maiores tesouros: as suas florestas. Há 25 anos, a metade do país ainda estava coberta com florestas, agora a área florestal somente constitui onze por cento da superfície do país. Ambientalistas temem que dentro de dez anos não haverá mais floresta no país. Assim os chimpanzés estão perdendo o habitat deles. Segundo estimativas recentes, somente 5 mil vivem no Uganda.

Até as áreas protegidas são desmatadas – muitas vezes para estabelecer plantações de dendezeiros ou cana-de-açúcar. Em Agosto de 2016, o Bunyoro Kingdom garantiu uma concessão à empresa Hoima Sugar para o estabelecimento de uma plantação, da qual 8 mil hectares ficam dentro da Reserva Florestal Bugoma. Assim, uma quinta parte da zona protegida, em que 500 chimpanzés vivem, poderia ser desmatada. O prazo do contrato de concessão: 99 anos. Pouco antes, o Bunyoro Kingdom tinha recebido a terra do Estado.

Dentro de pouco tempo, trabalhadores criaram uma via de acesso de muitos quilômetros na Reserva Florestal Bugoma. Quando jornalistas queriam documentar o desmatamento, foram atacados por trabalhadores armados. “Eles sabem que estão fazendo algo ilegal. Por isso atacam qualquer um que tenta intervir com arco e flecha”, diz o especialista florestal Robert Busiko do jornal New Vision.

A organização ambientalista NAPE alcançou no tribunal que a Hoima Sugar perdeu a sua concessão. Mas a floresta ainda não está salva. “A população local precisa de todo o apoio possível para que a floresta, que determina a vida dela, seja conservada também para futuras gerações”, diz Joan Akiiza da NAPE.

Por favor, exijam do Presidente do Uganda Yoweri Museveni que não conceda terras a investidores duvidosos e, em vez disso, proteja as florestas.

Mais informações

Bugoma é o habitat de 500 chimpanzés

Por causa da sua localização no rift Albertino, a zona florestal protegida de Bugoma no Oeste do Uganda alberga um grande número de diferentes espécies animais e vegetais, entre outros 500 dos 5.000 chimpanzés do país, elefantes-da-floresta, o chacal-listrado e o macaco lophocebus ugandae. Descobriram-se 221 espécies de pássaros, entre elas o ptilopachus nahani ameaçado de extinção. 224 espécies de árvores e arbustos foram contadas na floresta de Bugoma.

Açúcar para agrocombustível?

Como o governo do Uganda promove a produção de agrocombustível, é provável que a cana-de-açúcar das plantações da Hoima também seja usada para isso. Atualmente o Parlamento em Kampala está discutindo uma nova Lei de Biocombustível.

Links interessantes

http://allafrica.com/stories/201702010573.html

http://www.newvision.co.ug/new_vision/news/1434101/nfa-seeks-injunction-block-bugoma-forest-demolition

http://www.statehouse.go.ug/media/news/2016/05/02/president-calls-adoption-commercial-agriculture

http://capitalradio.co.ug/hoima-sugar-limited-expected-employ-5000-people/

http://www.theeastafrican.co.ke/business/Standoff-over-forest-land-Bunyoro-Kitara-Kingdom/-/2560/3287838/-/format/xhtml/item/1/-/p9e6aiz/-/index.html

http://mobile.monitor.co.ug/News/Bugoma-Forest--Court-orders-commissioner-to-avail-documents/2466686-3451320-format-xhtml-ikafqvz/index.html

https://ugandaradionetwork.com/story/nfa-impounds-hoima-sugar-works-tractor-on-disputed-bugoma-central-forest-reserve-land-1

http://www.worldbank.org/en/country/uganda/brief/uganda-economic-update-fact-sheet-june-2016

Carta

Para: o Presidente do Uganda Yoweri Museveni

Excelentíssimo Senhor Presidente Yoweri Museveni,

uma plantação de cana-de-açúcar ameaça a Reserva Florestal Bugoma, o habitat de 500 chimpanzés. A empresa Hoima Sugar já começou a desmatar a floresta, depois de ter recebido uma concessão para 99 anos.

Junto com ambientalistas, os habitantes da região lutam contra a destruição da floresta. As aldeias dependem da floresta em relação a alimentos, plantas medicinais, precipitações e à ocorrência de animais selvagens.

A Reserva Florestal Bugoma alberga cerca de 500 chimpanzés ameaçados. 23 espécies de mamíferos, 225 espécies de pássaros e 250 espécies de árvores são conhecidas na zona protegida. A destruição do habitat resultaria na extinção e no deslocamento de espécies inteiras.

Por favor, impeça que se concedam terras a investidores como a Hoima Sugar. Por favor, proteja as últimas florestas do Uganda.

Com os meus sinceros agradecimentos

Tema

O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?

 

Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.

Globalmente, até hoje já foram descritas duas milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.

A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual é danoso para o clima.

A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.

A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.

Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:

https://www.ufrgs.br/jornal/conexoes-entre-desequilibrios-ambientais-e-o-surgimento-de-doencas-infecciosas-na-amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-elo-entre-desmatamento-e-epidemias-investigado-pela-ci%C3%AAncia/a-53135352

Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática

 

O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.

Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.

As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.

A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se for a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.

Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.

A solução: menos é mais!

 

Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para o mudar da coisa.

Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:

  1. Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
  2. Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
  3. Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
  4. Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
  5. Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.

Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas

 

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