Urgente: salvem os golfinhosdo Rio de Janeiro

Um boto-cinza no Oceano Atlântico 800 botos-cinza ou golfinhos da Guiana vivem na Baía de Sepetiba (© CC BY-SA 2.5)
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A nossa organização parceira Sea Shepherd Legal entregou a petição com todas as assinaturas no Brasil.

Ao longo da costa atlântica do Rio de Janeiro vivem várias centenas de golfinhos da Guiana. Mas muitos animais morrem em redes de pesca. Por favor, remetam os políticos brasileiros para o fato de a opinião pública mundial estar olhando para o Rio. Os golfinhos têm que ser protegidos de forma melhor.

Apelo

Para: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; Instituto Estadual do Ambiente; Polícia Federal - Ministério da Justiça e Cidadania; Ministério da Agricultura; Companhia Docas do RJ; Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá

“A pesca ameaça a sobrevivência dos golfinhos da Guiana nas águas do Rio de Janeiro. Ponham fim à extinção.”

Abrir a petição

Na costa atlântica do Rio de Janeiro está ocorrendo uma tragédia ambiental: todos os meses quase dez botos-cinza ou golfinhos da Guiana morrem na Baía de Sepetiba em redes de pesca. O barulho de barcos, a poluição marinha e a sobrepesca agravam a situação. Hoje, existem menos de 800 restantes, e o golfinho da Guiana poderá ser extinto em poucos anos.

Ninguém sabe o nível da ameaça total dos botos-cinza, cujo espaço vital se estende desde a Nicarágua até ao Sul do Brasil. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, que elabora a lista vermelha das espécies ameaçadas, não existem suficientes dados para avaliar o perigo concreto.

O boto-cinza é caracterizado na bandeira e no brasão do Rio de Janeiro. A cidade teria que fazer todos os possíveis para salvar o golfinho. Mas na verdade não faz nada.

Atualmente, o Brasil está no foco da crítica de movimentos sociais e ambientalistas. Durante as preparações para os jogos, o país e a cidade do Rio expulsaram centenas de milhares de pessoas para os jogos, construíram um campo de golfe numa reserva e falharam em tratar as águas residuais da metrópole. Assim, as competições de iatismo têm lugar na água suja e poluída da Baía de Guanabara. Depois da partida dos esportistas a tragédia dos golfinhos continuará.

Os defensores do meio ambiente da organização Sea Shepherd Legal lançaram uma petição para a proteção dos botos-cinza na Baía de Sepetiba. Eles exigem dos políticos e das autoridades responsáveis que tomem um conjunto de medidas para salvar a população animal. Por favor, apóiem esta petição.

Carta

Para: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; Instituto Estadual do Ambiente; Polícia Federal - Ministério da Justiça e Cidadania; Ministério da Agricultura; Companhia Docas do RJ; Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá

Prezados oficiais do órgão,

Eu estou escrevendo para urgir que tomem as medidas enumeradas abaixo para proteger a população restante de Botos-cinza ou Golfinhos da Guiana no Rio de Janeiro. A população de Botos-cinza do Rio de Janeiro é a maior do mundo. Se vocês não agirem agora, a espécie será extinta.

Existe um motivo porque os Botos-cinza são caracterizados na bandeira e no brasão do Rio. É porque esses botos são régios e fortes, assim como o Brasil tem sido ao longo de sua história. Mas os Botos-cinza enfrentam obstáculos significativos para sobreviver e manter uma presença viável, em um momento em que o Rio deveria estar celebrando seu vibrante patrimônio durante as Olimpíadas.

Desde 2003, o número de Botos-cinza no Rio despencaram para alarmantes 40%. Quase 10 Botos-cinza são mortos todo mês na Baía de Sepetiba. Com menos de 800 indivíduos restantes, essa população não mais existirá dentro de poucos anos.

Além de capturas incidentais por pescadores comerciais, o declínio é causado por poluição, sobrepesca da cadeia alimentar do boto-cinza, diminuição do habitat, aumento do tráfego de navios e desenvolvimentos portuários, industriais e urbanos em áreas costeiras.

Seus órgãos carregam a responsabilidade de enfrentar essas ameaças. Junto com o Ministério Público Federal, eu insisto que tomem as seguintes medidas dentro de sua respectiva jurisdição:

(1) Criação de uma força de coalizão policial para monitorar e reprimir a pesca ilegal e excessiva com patrulhas obrigatórias na Baía de Sepetiba semanalmente;

(2) Preparação de um estudo técnico pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para verificar a necessidade de mudanças nas práticas e regulamentações de pesca nas regiões da Baía de Sepetiba e de Ilha Grande;

(3) Formação de um novo grupo sob supervisão do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) com o propósito de reavaliar medidas de mitigação para melhorar as condições de conservação. Para aumentar a eficácia desse grupo, o Ministério Público Federal solicita a participação do Instituto Boto Cinza (IBC);

(4) Elaboração de um novo plano pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) para promover o turismo comunitário como uma fonte alternativa de renda dos pescadores locais tradicionais;

(5) Cessamento imediato de qualquer licenciamento adicional pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) que possa prejudicar os botos-cinza e seu habitat, pendente de estudos científicos adicionais; e

(6) Proibição pela Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) da ancoragem de embarcações nas áreas de concentração de golfinhos.

Eu entendo que o Brasil enfrenta muitas dificuldades. Com as recentes e desfavoráveis notícias internacionais sobre as lideranças brasileiras e críticas sobre as preparações para as Olimpíadas, o Brasil, particularmente o Rio, está nos holofotes internacionais. As atividades (e inatividades) brasileiras estão sendo escrutinadas.

As medidas acima que urgimos que sejam tomadas não salvariam somente o Boto-cinza da extinção, mas também mudariam o sentimento público sobre o Brasil, além de garantir que o país se mantenha um jogador respeitável no palco mundial.

A comunidade internacional está assistindo com horror à Vaquita, o golfinho mexicano, beirar a extinção por causa das inescrupulosas práticas de pesca e proteções ineficientes. O governo do México entrou em cena para salvar a Vaquita, mas nós esperamos que não seja tarde demais. Não deixe que esse também seja o seu legado.

Por favor, tomem medidas agora para proteger o Boto-cinza.

Respeitosamente,

Tema

O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?

 

Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.

Globalmente, até hoje já foram descritas duas milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.

A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual é danoso para o clima.

A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.

A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.

Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:

https://www.ufrgs.br/jornal/conexoes-entre-desequilibrios-ambientais-e-o-surgimento-de-doencas-infecciosas-na-amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-elo-entre-desmatamento-e-epidemias-investigado-pela-ci%C3%AAncia/a-53135352

Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática

 

O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.

Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.

As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.

A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se for a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.

Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.

A solução: menos é mais!

 

Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para o mudar da coisa.

Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:

  1. Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
  2. Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
  3. Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
  4. Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
  5. Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.

Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas

 

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