Salvamos a floresta dos macacos- narigudos de última hora!

Um macaco-narigudo na ilha de Bornéu Quando as florestas de turfa são destruídas, os macacos-narigudos perdem o seu espaço vital (© Mark Louis Benedict - CC BY-NC-ND 2.0)
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Na Malásia, a empresa BLD está destruindo 14 mil hectares de floresta de turfa para produzir óleo de palma. Habitantes da região até acusam a BLD de roubar a terra deles. Defensores do meio ambiente de Sarawak exigem do ministro-chefe do estado que detenha a empresa. Por favor, apóiem os ambientalistas com a sua assinatura.

Apelo

Para: Tan Sri Adenan, ministro-chefe de Sarawak

“A empresa BLD está destruindo 14 mil hectares de floresta de turfa para produzir óleo de palma. Lute connosco contra essa destruição do meio ambiente.”

Abrir a petição

“A BLD está destruindo florestas tropicais especialmente profundas em grande escala. Os efeitos no ambiente de Sarawak são desastrosas”, avisa Upreshpal Singh da organização “Friends of the Orangutans”. As florestas da região são o habitat de macacos-narigudos, pássaros raros e uma espécie de morcegos endêmica.

Somente a floresta da área de concessão da BLD na província de Sibu está armazenando 37 milhões de dióxido e carbono. Cientistas da Wetlands International alertam para grandes inundações causadas pela destruição de florestas de turfa, também na região onde a BLD está desmatando a floresta.

Através de imagens de satélite, a ONG “Friends of the Orangutans” prova que a BLD já destruiu florestas de turfa e plantou dendezeiros na província de Sibu. Aparentemente, a empresa tenciona desmatar o resto da concessão dela dentro dos próximos dois anos.

Florestas de turfa armazenam grandes quantidades de CO2

Os números são aterradores: a BLD já plantou dendezeiros em 28 mil hectares. Para isso, a empresa tem destruído 6 mil hectares de floresta de turfa até ao presente. Agora mais 14 mil hectares de floresta devem ser desmatados.

Matek Geram da Organização de Direitos Humanos SADIA (Sarawak Dayak Iban Association) alega graves violações. “A população local tem morado nessas terras há séculos. A BLD desmatou as áreas de forma ilegal.” Ele quer provar isso com dados de GPS.

Upreshpal Singh e Matek Geram pedem ao ministro-chefe de Sarawak que faça parar o desmatamento realizado pela BLD. Por favor, apóiem esta exigência afim de preservar a floresta tropical de Sarawak.

Mais informações

Macacos-narigudos (Nasalis larvatus) vivem exclusivamente na ilha de Bornéu, quer dizer em Brunei, Kalimantan (Indonésia), Sabah e Sarawak (Malásia). Como o espaço vital dos animais em florestas tropicais costeiras, florestas de turfa, mangues e ao longo de rios está sendo destruído, a população está diminuindo constantemente. Em Sarawak existem menos de mil macacos-narigudos hoje em dia. Por isso, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica a espécie como “ameaçada”.

Florestas de turfa e macacos-narigudos estão ameaçados

No Sudeste Asiático, as florestas de turfa estendem-se por mais de 27 milhões de hectares de terra. Porém a área está diminuindo rapidamente por causa do desmatamento e do estabelecimento de plantações, para as quais muitas vezes as florestas são drenadas e queimadas. Segundo a organização Wetlands International, menos de 10 por cento das florestas de turfa ainda estão intactas.

Florestas de turfa armazenam mais dióxido de carbono do que muitos ecossistemas do planeta. Especialistas falam de 42 milhões de toneladas de CO2 ao todo. Por causa do abate e da queima, gases com efeito de estufa, que foram depositados nessas áreas durante séculos, são emitidos na atmosfera.

Por causa da destruição das florestas de turfa, a Indonésia está entre os estados do mundo com as emissões mais altas de gases prejudiciais para o clima.

As camadas de turfa têm uma profundidade de até 20 metros e estão muito úmidas. Ao estarem drenadas, os solos colapsam. Quando a superfície se encontrar abaixo do nível do mar, as áreas podem ser inundadas. Assim também pode entrar água salgada e os solos que são usados para a agricultura podem ser salinizados. Desta forma, as plantações para as quais as florestas de turfa foram abatidas são destruídas.

A BLD possui 51 mil hectares de terra

A empresa de produção de óleo de palma BLD Plantation Berhad possui 51 mil hectares de terra em Sarawak. 60 por cento desta área foi coberta com plantações de dendezeiros. A empresa está explorando dois lagares e a refinaria Kirana.

Depois de serem publicados os planos da BLD de desmatar 14 mil hectares de floresta de turfa, a multinacional agrícola Bunge anunciou que não quer mais comprar produtos de Kirana.

Carta

Para: Tan Sri Adenan, ministro-chefe de Sarawak

Excelentíssimo Ministro-Chefe Tan Sri Adenan,

depois da última eleição o senhor prometeu que em Sarawak a floresta já não devesse ser convertida em plantações de dendezeiros.

Porém, a empresa BLD Plantations Berhad está planejando desmatar 14 mil hectares de floresta de turfa dentro de dois anos. Tais florestas armazenam enormes quantidades de dióxido de carbono. Portanto, a destruição delas agrava a mudança climática. Cientistas da Wetlands International alertam seriamente para as consequências desastrosas da destruição de florestas de turfa. Qualquer tipo de plantações deve ser um tabu em tais zonas úmidas.

A organização SADIA até afirma ter provas para a apropriação ilegal da terra de indígenas pela BLD.

Por favor, intervenha sem demora e evite que a BLD e outras empresas continuam destruindo florestas em Sarawak.

Atenciosamente,

Tema

A situação – florestas tropicais nos tanques e nos pratos

Com 66 milhões de toneladas por ano, o óleo de palma é o óleo vegetal mais produzido no mundo. Nos últimos anos, as plantações de óleo de palma já se estenderam, mundialmente, a mais de 27 milhões de hectares de terras. Florestas tropicais, pessoas e animais já tiveram de recuar uma área do tamanho da Nova Zelândia para dar lugar ao “deserto verde”.

 O baixo preço no mercado mundial e as qualidades de processamento estimadas pela indústria levaram a que um em cada dois produtos no supermercado contenha óleo de palma. Além de ser encontrado em pizzas prontas, bolachas e margarina, o óleo de palma também está em cremes hidratantes, sabonetes, maquiagem, velas e detergentes.

O que poucas pessoas sabem: na União Europeia 61% do óleo de palma importado é usado para produzir energia: 51% (4,3 milhões de toneladas) para a produção do biodiesel, bem como 10% (o,8 milhões de toneladas) em usinas para a produção de energia e calor.

A Alemanha importa 1,4 milhões de toneladas de óleo de palma e óleo de semente de palma: 44% das importações de óleo de palma (618.749 t) foram utilizados para fins de produção de energia, dos quais 445.319 t (72%) foram utilizados para a produção de biocombustível, ao passo que 173.430 t (28%) foram usados para produzir energia e calor.

Com isso, a equivocada política de energia renovável da Alemanha e da UE é uma importante causa para a derrubada de florestas tropicais. A mistura de biocombustível na gasolina e no óleo diesel é obrigatória desde 2009, por determinação de diretiva da União Européia.

Ambientalistas, ativistas de direitos humanos, cientistas e e até mesmo a maior parte dos parlamentares europeus reivindicam, reiteradamente, a exclusão do óleo de palma do combustível e das usinas a partir de 2021. Em vão. Em 14 de junho de 2018, os membros da UE decidiram continuar permitindo o uso do óleo de palma tropical como “bioenergia” até o ano de 2030.

As alternativas: Por favor, leia as informações sobre a composição dos ingredientes na embalagem, deixando na prateleira os produtos que contém óleo de palma. Já na hora de abastecer, não há outra opção: a única solução é a bicicleta ou os meios de transporte públicos

As consequências: perda de matas, extinção de expécies, expulsão de nativos e aquecimento global

Nas regiões tropicais ao redor do Equador, o dendezeiro (elaeis guineensis) encontra condições ideais para o seu cultivo. No Sudeste Asiático, na América Latina e na África, vastas áreas de floresta tropical são desmatadas e queimadas todos os dias a fim de gerar espaço para as plantações. Desta forma, quantidades enormes de gases com efeito-estufa são emitidas na atmosfera. Em partes do ano de 2015, a Indonésia – a maior produtora de óleo de palma – emitiu mais gases climáticos do que os EUA. Emissões de CO² e metano levam a que o biodiesel produzido a partir de óleo de palma seja três vezes mais nocivo para o clima do que o combustível tirado do petróleo.

Mas nem só o clima global está sofrendo: juntamente com as árvores, também desaparecem raras espécies animais como o orangotango, o elefante-pigmeu-de-bornéu e o tigre-de-sumatra. Muitas vezes, pequenos agricultores e indígenas que habitam e protegem a floresta são deslocados da terra deles de forma violenta. Na Indonésia, mais que 700 conflitos de terra estão relacionados com a indústria de óleo de palma. Até nas plantações declaradas como “sustentáveis” ou “ecológicas”, sempre violam-se, reiteradamente, direitos humanos.

Nós, consumidores, não sabemos muito disto. Porém, o nosso consumo diário de óleo de palma também tem efeitos negativos para a nossa saúde: o óleo de palma refinado contém grandes quantidades de ésteres de ácidos graxos, que podem interferir no patrimônio hereditário e causar câncer.

A solução – revolução dos tanques e dos pratos

Hoje em dia, somente 70 mil orangotangos vivem nas florestas do Sudeste Asiático. A política do biodiesel na UE leva os antropóides à beira da extinção: cada nova plantação de dendezeiros destrói um pedaço do espaço vital deles. Para ajudar os nossos parentes, temos que aumentar a pressão sobre a política. Mas no seu dia a dia existem várias opções para agir!

Estas dicas simples ajudam a encontrar, evitar e combater o óleo de palma:

  1. Cozinhe e decida por si mesmo ingredientes frescos, misturados com um pouco de criatividade, fazem empalidecer qualquer refeição pronta (que contenha óleo de palma). Para substituir o óleo de palma industrial, podem-se utilizar óleos europeus como óleo de girassol, colza ou azeite ou, no Brasil, óleo de côco, de milho (não transgênico!) ou – se você conhece a origem – óleo de dendê artesanal.

  2. Ler as letras pequenas: na União Europeia, as embalagens de alimentos têm que indicar desde Dezembro de 2014 se o produto contém óleo de palma.1 Em produtos cosméticos e de limpeza esconde-se um grande número de termos químicos.2 Com um pouco de pesquisa na Internet, podem-se encontrar alternativas sem óleo de palma.

  3. O consumidor é o rei: Quais produtos sem óleo de palma são oferecidos? Por que não se utilizam óleos domésticos? Perguntas ao pessoal de vendas e cartas ao produtores exercem pressão sobre as empresas. Esta pressão e a sensibilização crescente da opinião pública já fizeram com que alguns produtores renunciassem o uso de óleo de palma nos próprios produtos.

  4. Petições e perguntas a políticos: protestos on-line exercem pressão sobre os políticos responsáveis por importações de óleo de palma. Você já assinou as petições da Salve a Floresta?

  5. Levante a sua voz: manifestações e ações criativas na rua tornam o protesto visível para a população e a mídia. Assim, a pressão sobre decisores políticos ainda cresce.

  6. Transporte público em vez de carro: se possível, ande a pé, de bicicleta ou use o transporte público.

  7. Passe os seus conhecimentos: a indústria e a política querem fazer-nos crer que o biodiesel seja compatível com o ambiente e que plantações de dendezeiros industriais possam ser sustentáveis. Salveaselva.org informa sobre as consequências do cultivo de dendezeiros.

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