Libertem as aves na Indonésia!

Uma ave numa gaiola Os captores de aves também são responsáveis pela perda de muitas espécies (© Heru Cahyono/TRAFFIC)
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Milhares de aves estão presas em jaulas estreitas. Os mercados de pássaros na Indonésia são uma imagem de horror. Captores de aves sem escrúpulos já levaram 13 espécies à beira da extinção. O comércio com as aves é uma perda incalculável para a biodiversidade. Ajudem a pôr fim ao comércio!

Apelo

Para: o Presidente da Indonésia Joko Widodo e o governo

“Nos mercados indonésios vendem-se pássaros protegidos. A caça dos animais agrava a morte de espécies. O governo tem que pôr fim ao maltrato dos animais.”

Abrir a petição

Em Maio um contrabandista, que tinha transportado 23 cacatuas sulphureas em botelhas de água, foi preso. A metade dos pássaros, dos quais somente restam 7 mil indivíduos livres em todo o mundo, morreu dolorosamente. “O método com as botelhas de água é bem frequente no contrabando de pássaros protegidos”, lamenta Richard Thomas da organização de defesa dos animais Traffic.

O comércio com aves raras, que são capturadas nas florestas da Indonésia, assumiu conotações dramáticas. Ornitólogos temem que a caça acelere a extinção de espécies de aves. Segundo um estudo, captores de aves sem escrúpulos levaram 13 espécies e 14 subespécies à beira da extinção. Entre elas o Nisaetus bartelsi, uma espécie de águias, e o Cissa thalassina da família dos corvídeos.

No mercado de Jatinegara até oferecem-se papagaios do gênero Lorius garrulus, que só vivem no Norte das Molucas e cuja população reduziu-se em 50 por cento nos últimos 25 anos.

Na Indónesia muitas espécies de aves são endêmicas

Cientistas contaram 1.615 espécies, das quais 419 são endêmicas. Por causa da destruição das florestas tropicais o espaço vital destas espécies está diminuindo e a caça agrava a situação ainda mais. O dano é incalculável, já que os pássaros são indispensáveis para a reprodução de muitas espécies de árvores.

Num estudo atual, defensores dos direitos dos animais contaram 19 mil aves, entre elas muitos animais ameçados, em somente três mercados em Jakarta.

Mesmo que os captores de aves vendam sobretudo no mercado doméstico na Indonésia, o comércio também é um negócio enorme a nível internacional. Na teoria, a captura e a venda de aves raras é proibida na Indonésia. Mas a proibição não é aplicada consequentemente.

Por favor, peçam ao Presidente Joko Widodo e ao governo indonésio que parem a caça de e o comércio com pássaros selvagens.

Mais informações

Selling Noah's Ark? The collapse of Asia's bird biodiversity

Um estudo atual da organização de defesa dos animais Traffic prova que nos mercados da capital indonésia Jakarta dezenas de milhares de aves são vendidas ilegalmente. Entre elas também estão animais de espécies ameaçadas.

As aves nem só sofrem nos mercados de Jakarta, mas também em outras regiões da Indonésia. Um vídeo de Báli mostra isso: 

Video: mercado de aves na Indonésia

Carta

Para: o Presidente da Indonésia Joko Widodo e o governo

Prezado Senhor Presidente Joko Widodo,
prezados Senhores e Senhoras Ministros e Ministras,

nos mercados da Indonésia vendem-se aves raras sob condições horríveis. Comerciantes até oferecem espécies estritamente protegidas. Ornitólogos temem que a caça acelere a extinção de espécies de aves.

Por exemplo, no mercado de Jatinegara oferecem-se papagaios do gênero Lorius garrulus, que só vivem em liberdade no Norte das Molucas e cuja população reduziu-se em 50 por cento nos últimos 25 anos. Em Maio um contrabandista, que tinha transportado 23 cacatuas sulphureas em botelhas de água, foi preso. O caso provocou um clamor tanto no vosso país como a nível internacional.

O comércio com aves representa uma perda incalculável para o vosso país, porque as aves disseminam as sementes de árvores na natureza.

Por favor, ponham fim ao maltrato dos animais e parem a caça de e o comércio com aves selvagens!

Com os melhores cumprimentos,

Tema

O ponto de partida: Por que a biodiversidade é tão importante?

 

Biodiversidade compreende três campos estreitamente ligados entre si: a diversidade das espécies, a diversidade genética dentro das espécies e a diversidade dos ecossistemas, como por exemplo, florestas ou mares. Cada espécie é parte de uma rede de conexões altamente complexa. Quando uma espécie é extinta, essa extinção tem repercussão sobre outras espécies e outros ecossistemas.

Globalmente, até hoje já foram descritas duas milhões de espécies, especialistas avaliam o número como amplamente maior. Florestas tropicais e recifes de corais pertencem aos ecossistemas com a mais alta biodiversidade e complexidade de organização da Terra. Cerca da metade de todas as espécies de animais e plantas vivem nas florestas tropicais.

A diversidade biológica é, em si, digna de proteção, além de ser para nós, condição de vida. Diariamente, fazemos uso de alimentos, água potável, medicamentos, energia, roupas ou materiais de construção. Ecossistemas intactos asseguram a polinização das plantas e a fertilidade do solo, protegendo-nos de catástrofes ambientais como enchentes ou deslizamentos de terra, limpam água e ar e armazenam gás carbônico (CO2), o qual é danoso para o clima.

A natureza é também a casa e ao mesmo, lugar espiritual de muitos povos originários da floresta. Estes são os melhores protetores da floresta, porquanto é especialmente em ecossistemas intactos que se encontra a base para a vida de muitas comunidades indígenas.

A conexão existente entre destruição da natureza e surgimento de pandemias é conhecida de há muito, não tendo surgido pela primeira vez com o coronavírus. Uma natureza intacta e com bastante diversidade protege-nos de doenças e de outras pandemias.

Para saber mais sobre esta conexão, pode clicar nos link abaixo:

https://www.ufrgs.br/jornal/conexoes-entre-desequilibrios-ambientais-e-o-surgimento-de-doencas-infecciosas-na-amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-elo-entre-desmatamento-e-epidemias-investigado-pela-ci%C3%AAncia/a-53135352

Os efeitos: extinção de espécies, fome e crise climática

 

O estado da natureza vem piorando dramaticamente, em escala global. Cerca de um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de serem extintas, já nas próximas décadas. Atualmente, 37.400 plantas e animais estão na lista vermelha da organização de proteção ambiental IUCN como espécies ameaçadas de extinção – um tristíssimo recorde! Especialistas chegam a dizer que se trata da sexta maior mortandade de espécies da história da Terra – a velocidade da extinção global das espécies aumentou cem vezes nos últimos dez milhões de anos, e isso por causa da influência humana no meio-ambiente.

Também numerosos ecossistemas, em todo o globo – sendo 75% ecossistemas terrestres e 66% marinhos – estão ameaçados. Somente 3% deles estão ecologicamente intactos, como, por exemplo, partes da bacia amazônica e da bacia do Congo. Especialmente afetados são ecossistemas ricos em biodiversidade, como florestas tropicais e recifes de corais. Cerca de 50% de todas as florestas tropicais foram destruídas nos últimos 30 anos. A extinção dos corais aumenta constantemente com o avançar do aquecimento global.

As principais causas para a grave diminuição da biodiversidade são a destruição de habitats, a agricultura intensiva, a pesca predatória, a caça ilegal e o aquecimento global. Cerca de 500 (quinhentos) bilhões de dólares americanos são investidos por ano, globalmente, na destruição da natureza, da seguinte forma: exploração de pecuária intensiva, subvenções para exploração de petróleo e carvão, desmatamento e impermeabilização do solo.

A perda de biodiversidade tem consequências sociais e econômicas extensas, pois a exploração dos recursos é feita em detrimento dos interesses de milhões de pessoas do Sul Global. Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável almejados pela ONU – como, por exemplo, o combate à fome e à pobreza - somente poderão ser alcançados se for a biodiversidade for mantida em escala global e utilizada sustentavelmente para as próximas gerações.

Sem a conservação da biodiversidade, a proteção do clima também fica ameaçada. A destruição de florestas e pântanos – eis que ambos são redutores de gás carbônico – agrava a crise climática.

A solução: menos é mais!

 

Os recursos naturais da Terra não estão ilimitadamente à nossa disposição. Praticamente, consumimos recursos no volume correspondente a duas Terras e se mantivermos essa velocidade de consumo, até 2050, consumiremos, no mínimo, recursos no volume de 3 (três) planetas Terra. Para lutar pela conservação da diversidade biológica como nossa condição de vida, precisamos aumentar mais ainda a pressão sobre os nossos governantes. E mesmo no nosso simples cotidiano, podemos agir contribuindo para o mudar da coisa.

Com estas dicas para o dia-a-dia, nós protegemos o meio-ambiente:

  1. Comer plantas com mais frequência: mais legumes e “queijo” de soja (tofu) e menos ou nada de carne no prato! Cerca de 80% das áreas agrárias, em escala global, são usadas para pecuária intensiva e para o cultivo de ração animal;
  2. Alimentos regionais e orgânicos:mantimentos produzidos ecologicamente dispensam o cultivo de monoculturas gigantes e o uso de pesticidas. E a compra de produtos locais economiza uma enorme quantidade de energia;
  3. Viver com consciência: Será que é preciso mesmo comprar ainda mais roupas, ou um celular novo? Ou será que, para coisas do cotidiano, dá para comprar coisas já usadas? Existem boas alternativas para produtos com óleo de palma ou para a madeira tropical! Ter, como bicho de estimação, animais selvagens tropicais como papagaios ou répteis é tabu total! Outra coisa útil é calcular o seu dispêndio pessoal de recursos naturais (a chamada “pegada ecológica”);
  4. Ter relações amistosas com as abelhas: você pode proporcionar uma alegria para abelhas e outros insetos, plantando espécies diferenciadas e saborosas na sacada do seu apartamento ou no quintal da sua casa. Também dá para colaborar sem plantar o verde na própria casa, participando de projetos de proteção à natureza na sua região;
  5. Apoiar protestos: manifestações ou petições contra o aquecimento global ou para uma revolução agrária faz pressão nos governantes, que também são responsáveis pela proteção da biodiversidade.

Leia aqui porque tantas espécies são extintas antes de serem descobertas

 

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